Os herdeiros de Donald Sutherland, que morreu com 88 anos em junho de 2024, estão a bloquear a publicação das memórias que o ator canadiano escreveu antes de morrer. A decisão levou a editora Penguin Random House a avançar com um processo judicial nos Estados Unidos, alegando incumprimento contratual, noticiou o The Hollywood Reporter.
Cerca de três meses antes da morte do ícone de Hollywood, a editora tinha anunciado um acordo para lançar o livro Made Up, But Still True, com lançamento marcado para 12 de novembro de 2024. O projeto tinha como objetivo ser um relato autêntico e bem-humorado sobre a vida e a carreira de Sutherland , com histórias pessoais e bastidores de filmes considerados emblemáticos. No entanto, o ator morreu antes de entregar o livro.
Segundo o processo apresentado no final de outubro num tribunal federal de Nova Iorque, a Penguin Random House acusa a empresa do ator, McNichol Pictures, de violar o contrato assinado e de reter o livro por vontade dos herdeiros. A editora exige, assim, a devolução do adiantamento de 347 mil euros pago à empresa, parte de um valor total acordado de 1,05 milhões de euros.
Fontes ligadas ao caso, citadas pelo El País, indicam que a família do ator — a viúva, Francine Racette, e os cinco filhos, Kiefer, Rachel, Roeg, Rossif e Angus — não concordam com a publicação do livro devido à “honestidade crua” e os “detalhes chocantes”. As memórias incluem relatos muito pessoais, como a relação extraconjugal de Sutherland com Jane Fonda nos anos 1970, que levou ao fim do seu segundo casamento.
A editora alega que tentou obter o livro depois da morte do ator, mas sem sucesso. Enquanto o caso segue para os tribunais, a publicação de Made Up, But Still True foi adiada para 2026. Fontes próximas da editora admitem que, caso o livro venha a ser lançado, deverá surgir numa versão editada e menos explícita.
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