Segundo dados da Bloomberg, a empresa norte-americana teve mais um mês de outubro desastroso em vendas na Europa, com a Suécia a liderar as quedas: a marca viu as suas entregas cair 89% para apenas 133 unidades.

Em outros países, como a Noruega e a Itália, a empresa perdeu metade das suas matrículas, enquanto em Portugal, as vendas caíram 58,7%, para 144 unidades, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). E se olharmos para todo o ano, a marca norte-americana continua com números pouco famosos: uma quebra de 21,4%, com menos 1623 carros vendidos, quando comparado com 2024.

Na verdade, em Portugal, a Tesla teve uma perda significativa de quota de mercado, uma vez que as vendas de veículos elétricos cresceram 20,6% entre janeiro e outubro.

Na Europa, a principal exceção para a Tesla foi a França, onde conseguiu crescer 2,4% em outubro. De acordo com dados da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), entre janeiro e setembro, os registos de veículos elétricos cresceram 25,4% em todo o continente, com quase 1,8 milhões de veículos elétricos registados. No entanto, durante o mesmo período, a Tesla sofreu uma queda de 28,5%, para 173 694 unidades.


Empresa de Elon Musk tem sido alvo de sucessivos boicotes e manifestações (Foto: AFP)

Embora no início do ano a empresa tenha atribuído a quebra nas vendas a fatores como a transição entre o antigo e o novo Modelo Y, a verdade é que os consumidores europeus parecem estar a punir a marca pelo envolvimento do bilionário no governo de Donald Trump, onde chefiou o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) para cortes nas despesas públicas, bem como pelo seu apoio explícito a partidos europeus de extrema-direita, como a Alternativa para a Alemanha (AfD) nas eleições de fevereiro daquele país.


Elon Musk foi chefe do Departamento de Eficiência Governamental da Administração de Donald Trump (Foto: AFP)

Na Europa, a empresa sofre também com o crescimento de marcas chinesas como a BYD, atualmente o seu maior concorrente global no setor dos veículos elétricos, e com a recuperação de gigantes da indústria como a Volkswagen, que é hoje o maior vendedor de automóveis elétricos no continente.

Entretanto, nos EUA, a Tesla registou um trimestre de vendas recorde, graças à corrida dos clientes para aproveitar o incentivo governamental de 7 500 dólares para a compra de veículos elétricos, que expirou a 30 de setembro, sendo que a marca de Elon Musk não tem nos EUA a concorrência das marcas chinesas. Assim, entre julho e setembro, a Tesla registou aproximadamente 497 mil veículos em todo o Mundo, um aumento de 7%.