A Palestina é reconhecida como um Estado por 147 dos 193 países que pertencem à ONU. No entanto, essa proporção é muito menor quando se olha apenas para as principais alianças políticas, económicas e militares do mundo. Apenas 10 dos 27 Estados membros da União Europeia (UE) reconhecem o Estado da Palestina e, desse número, seis países fizeram o reconhecimento antes de terem aderido ao bloco europeu. Dos outros quatro, destaca-se a decisão de Espanha, Irlanda e Eslovénia, feita no ano passado, já durante a ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza, iniciada depois dos ataques do 7 de Outubro de 2023.

Entre os 32 países da NATO, apenas 14 reconhecem — aos nove países da UE que estão em ambas as organizações e reconhecem a Palestina, soma-se a Albânia, a Islândia, o Montenegro, a Noruega e a Turquia. O número é mais significativo no G20 — o grupo dos 19 países mais industrializados do mundo, mais a UE — em que metade do grupo reconhece. De fora, continuam os sete países do G7 (nenhum membro reconhece), a Austrália e a Coreia do Sul. No entanto, este balanço deverá mudar em setembro, se França, Reino Unido e Canadá — que integram simultaneamente a NATO, o G7 e, consequentemente, o G20 — reconhecerem a Palestina.

Apesar de a maior parte dos Estados das Nações Unidas reconhecerem a Palestina, o seu estatuto não é o de membro de pleno direito, mas o de observador permanente, o que permite participar nos trabalhos da ONU, mas sem o direito de votar nas decisões e resoluções. O único outro Estado com este estatuto é o Vaticano.

Para ser reconhecido como um Estado de pleno direito, um país tem de enviar uma candidatura ao secretário-geral das Nações Unidas. A Palestina enviou esta candidatura em duas ocasiões: em 2011 e novamente em abril do ano passado. O secretário-geral revê a candidatura e envia-a para o Conselho de Segurança que, por sua vez, decide se esta deve ou não ser apreciada pela Assembleia Geral, o órgão que inclui todos os Estados-membros.

Para um Estado se tornar membro de pleno direito precisa de nove votos a favor no 15 membros do Conselho de Segurança — e nenhum veto dos cinco Estados permanentes — e dois terços na Assembleia Geral. No entanto, a candidatura mais recente da Palestina acabou vetada pelos Estados Unidos, um dos membros com assento permanente.