[A linha de alta velocidade] Madrid-Lisboa será uma realidade nos próximos anos. E, como podem ver no mapa e pelos esforços que estamos a envidar, desde o início deste mandato, temos de garantir que o mercado único funcione bem e que a Europa esteja verdadeiramente unida, o que significa que estou em constante diálogo com os ministros dos Transportes e das Infraestruturas de França, Espanha e Portugal, para garantir que o continente ibérico esteja bem conectado por via ferroviária e rodoviária nos próximos anos”, afirmou o comissário europeu dos Transportes, Apostolos Tzitzikostas.


A partir de Bruxelas, em conferência de imprensa, no dia em que o Executivo comunitário apresenta um plano para uma rede ferroviária europeia de alta velocidade, o responsável europeu pela tutela apontou que “é muito importante garantir que existe um financiamento adequado”.


Até ao momento, segundo dados obtidos pela Lusa, a Comissão Europeia já atribuiu 196 milhões de euros do Mecanismo Interligar a Europa, que financia a construção, desenvolvimento e modernização de infraestruturas, a cinco projetos para o lado português da linha ferroviária, incluindo secções com origem nos portos de Setúbal e Sines.Desde 2014, é apoiada com 116 milhões de euros a linha ferroviária Sines/Elvas no troço Évora-Caia e estação técnica no quilómetro 118 da linha sul. Entre o ano seguinte e 2020, foram mobilizados 2,5 milhões de euros em estudos para o corredor internacional sul (Sines/Setúbal/Lisboa-Caia).


À segunda fase do troço Évora-Caia, na ligação ferroviária Sines/Elvas, têm sido adjudicados 55,8 milhões de euros desde 2016.


Desde 2020, estão a ser financiados estudos para a ligação ferroviária de alta velocidade para o troço Lisboa-Madrid num total de 3,9 milhões de euros.


Acrescem 17,4 milhões de euros desde 2021 para o troço Évora-Évora Norte da ligação ferroviária Sines/Elvas.


A Espanha foram destinados cerca de 750 milhões de
euros de apoio desde 2014 à linha de alta velocidade que liga a
Extremadura a Madrid.


Os governos de Portugal e Espanha e a Comissão Europeia acordaram na passada quinta-feira um conjunto de ações que vão permitir avançar com a ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid até 2030, com uma viagem de cinco horas, que será depois de três horas até 2034.


O projeto insere-se na aposta europeia na ferrovia.


No dia do anúncio ibérico, a Comissão Europeia considerou que a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid é “um exemplo notável” da aposta europeia na ferrovia. 


Percorrer pouco mais de 600 quilómetros entre Lisboa e Madrid em apenas três horas é um exemplo notável das ligações ferroviárias de alta velocidade que pretendemos alcançar em toda a Europa. Estas ligações tornam as viagens de comboio numa alternativa verdadeiramente atrativa e sustentável para as deslocações entre cidades“, afirmou em comunicado o comissário europeu para os Transportes Sustentáveis e o Turismo, Apostolos Tzitzikostas.
O Executivo comunitário defendeu ainda na nota que
“este projeto emblemático de infraestrutura transfronteiriça irá
melhorar significativamente a conectividade na União Europeia”.


“Apoiada unanimemente pelos Estados-membros, a decisão promove a plena integração de Portugal e Espanha na rede ferroviária de alta velocidade europeia. Até 2030, os passageiros poderão viajar entre as duas capitais em cerca de cinco horas e, até 2034, em apenas três horas”, refere a instituição.

Já se fala há vários anos da ideia de ligar Lisboa e Madrid por uma linha de alta velocidade e, nos anos 2000, os governos de Portugal e Espanha já haviam acordado que a linha deveria cruzar a fronteira em Elvas e Badajoz.

No lado português, o troço de alta velocidade entre Lisboa e Elvas chegou a estar planeado aquando da anterior crise financeira, mas o projeto foi suspenso devido aos custos, às controvérsias sobre projetos e à necessidade de adaptar a bitola ferroviária.


c/ Lusa