Artur Lima é vice-presidente do Governo Regional dos Açores e também líder do CDS-PP na região. No entanto, não poupou nas críticas ao Ministério liderado por Nuno Melo, ministro da Defesa e presidente do CDS-PP, e também ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, de Paulo Rangel. 


“É condenável o abandono e a negligência que estes Ministérios tiveram para com os açorianos”, afirmou Artur Lima, vice-presidente do Governo Regional dos Açores, em conferência de imprensa esta quarta-feira. 


Acrescentou ainda que o Governo da República “vai ter de se habituar que Portugal já não tem colónias” e que os Açores “são uma região autónoma que deve ser respeitada e considerada”. 

Acusou ainda o ministro dos Negócios Estrangeiros de “nunca ter respondido” a uma carta que lhe enviou e acusa os dois ministros de terem abandonado estes trabalhadores portugueses “à sua sorte”. 

“São cidadãos portugueses numa situação social difícil e foram
completamente abandonados à sua sorte pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros e pelo Ministério da Defesa”, reforçou.

A 15 de outubro, o vice-presidente do Governo Regional enviou uma carta ao ministro dos Negócios Estrangeiros apelando a uma ação diplomática por parte do Governo da República. 

Artur Lima adiantou também aos jornalistas os pormenores sobre a solução que foi encontrada para que estes funcionários possam receber o seu vencimento.

Os trabalhadores portugueses da Base das Lajes com salários em atraso podem recorrer a um adiantamento a partir da próxima segunda-feira. A medida foi articulada entre o Governo Regional dos Açores, o Instituto de Segurança Social e a banca. 

O ordenado líquido destes trabalhadores será transferido para a sua conta e estes ficam obrigados a restituir o valor recebido dez dias úteis após o Governo norte-americano ter procedido ao pagamento do ordenado.

“Este modelo não irá acarretar nenhum custo para os colaboradores da base das Lajes”, garantiu.

O vice-presidente do Governo Regional espera que os trabalhadores portugueses da Base das Lajes possam começar a receber já na próxima semana.

Nesta altura estão em falta duas quinzenas de ordenado, isto porque os funcionários recebem de 15 em 15 dias. Estão em causa mais de 360 trabalhadores. 


Estes trabalhadores, ao serviço da USFORAZORES, não receberam o vencimento da última quinzena, no dia 27 de outubro, e a anterior foi paga com um corte de quatro dias devido à paralisação parcial da administração norte-americana por não ter sido aprovado o orçamento federal dos Estados Unidos.

Nos próximos dias será publicada uma portaria e os trabalhadores poderão dirigir-se à Segurança Social para acederem ao adiantamento.