Em conferência de imprensa, Sheinbaum classificou o episódio como “lamentável” e confirmou que o homem foi detido e será processado. “Sofri este episódio lamentável de assédio sexual. O indivíduo aproximou-se de mim totalmente alcoolizado. Só depois de ver as imagens percebi o que realmente tinha acontecido”, afirmou.

A presidente acrescentou que decidiu apresentar queixa formal. “Denuncio este acto porque, como mulher, sei que muitas mexicanas passam por situações semelhantes todos os dias. Se eu, sendo presidente, não o fizer, que mensagem estarei a passar às mulheres do meu país?”, questionou.

Sheinbaum aproveitou para defender alterações legislativas que tornem o assédio sexual um crime de ação penal pública em todo o México e anunciou o lançamento de uma campanha nacional de respeito às mulheres.

A ministra mexicana das Mulheres, Citlalli Hernández, também reagiu ao caso, condenando “a visão machista e a normalização da invasão do espaço e do corpo das mulheres”. “Repudiamos o ato que a nossa presidente sofreu. O assédio, o abuso e qualquer forma de violência contra as mulheres não podem ser ignorados nem minimizados – devem ser denunciados e combatidos”, escreveu nas redes sociais.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi) do México, mais de 70% das mulheres mexicanas com mais de 15 anos já foram vítimas de algum tipo de violência — psicológica, física ou sexual. Organizações de direitos humanos alertam, contudo, que a subnotificação é elevada, estimando-se que mais de 90% dos casos não são denunciados.