Um condutor atropelou de forma deliberada, esta quarta-feira, vários peões e ciclistas numa rua na ilha de Oléron, na costa atlântica a oeste de França. Há registo de dez feridos, de acordo com o Le Monde, incluindo quatro em estado grave.
O suspeito, um homem de 35 anos, nacionalidade francesa e residente no bairro de La Cotinière, na ilha, foi detido preventivamente por ser suspeito de “tentativa de assassinato”, na sequência do atropelamento “voluntário de vários peões e ciclistas numa estrada entre Dolus d’Oléron e Saint-Pierre d’Oléron”, disse o procurador da República de La Rochelle, Arnaud Laraize.
Depois de ter atropelado várias pessoas, incendiou o carro com uma garrafa de gás, escreve o jornal Sud-Ouest. Resistiu à detenção, sendo necessário “dominá-lo com um taser”, acrescentou Laraize. Terá gritado “Allahu Akbar!” (“Deus é grande!”, em português) no momento da sua detenção.
O suspeito tinha antecedentes criminais – delitos como condução sob o efeito de álcool ou pequenos roubos –, que as autoridades associam ao consumo de álcool e drogas. De acordo com o que se conhece, poderá ter problemas psiquiátricos. Não é um “ficha S”, diz o procurador, referindo-se à lista de suspeitos de poderem levar a cabo crimes contra o Estado.
Neste momento, ainda não se conhecem os motivos e a investigação não está nas mãos da procuradoria nacional antiterrorismo — que, no entanto, diz estar a acompanhar o caso e poderá começar a investigar se se encontrarem indícios de terrorismo —, mas com a secção de investigação de Poitiers e com as brigadas de investigação de Rochefort e La Rochelle.
De acordo com o autarca de Dolus-d’Oléron, Thibault Brechkoff, as vítimas tinham entre 22 e 69 anos, disse à BFMTV. Foram accionados os protocolos de segurança na ilha: as escolas foram encerradas e as crianças levadas para abrigos; os bombeiros, veículos de emergência e polícias foram destacados em peso para a localidade; os residentes foram instados a ficar em casa.
O ministro do Interior, Laurent Nuñez, já anunciou que se deslocaria ao local, onde deverá chegar ao início da tarde, “a pedido do primeiro-ministro”, anunciou no X.
O líder da União Nacional, Jordan Bardella, defende que o “autor desta violência cega e deliberada enfrente uma pena exemplar”, escreveu no X. Já o coordenador da França Insubmissa, Manuel Bompard, manifestou os seus “desejos de recuperação às pessoas feridas”.