Uma proposta ambiciosa (e polémica) que levanta dúvidas na comunidade científica. Elon Musk voltou a surpreender com uma ideia que parece saída de um filme de ficção científica. O empresário revelou o seu plano para “salvar a humanidade” das alterações climáticas através de uma rede de satélites capazes de ajustar a quantidade de energia solar que atinge a Terra.

“Bloquear o Sol para salvar o planeta”

Apesar da sua conhecida obsessão por “tornar a vida multiplanetária” e “expandir a consciência até às estrelas”, Musk mostrou desta vez alguma preocupação com o futuro da vida na Terra.

E a sua solução? Bloquear parcialmente o Sol.

Na segunda-feira, o fundador da SpaceX recorreu à rede X (antigo Twitter) para partilhar o que descreveu como o seu “plano mestre” para travar o aquecimento global.

Uma grande constelação de satélites movidos a energia solar e controlados por IA poderia evitar o aquecimento global, ajustando ligeiramente a quantidade de energia solar que chega à Terra.

Escreveu Elon Musk, aparentemente do nada.

Satélites que decidem quanto Sol recebemos

Atualmente, a SpaceX mantém uma rede de quase 10.000 satélites Starlink em órbita, que não bloqueiam o Sol, mas já são conhecidos por dificultar as observações astronómicas.

Quando um seguidor perguntou como esses satélites poderiam realizar ajustes tão precisos sem desestabilizar o clima global, Musk respondeu simplesmente:

Sim.

Bastariam pequenos ajustes para evitar o aquecimento ou o arrefecimento global. A Terra já foi uma bola de neve várias vezes no passado.

Acrescentou.

O conceito de geoengenharia solar

A ideia de bloquear a luz solar para reduzir o aquecimento global, conhecida como geoengenharia solar (ou modificação da radiação solar), é debatida há anos entre cientistas.
Embora seja considerada teoricamente possível, é também vista como extremamente arriscada. O clima terrestre é um sistema complexo, e qualquer interferência pode gerar consequências imprevisíveis e irreversíveis.

Algumas experiências já estão planeadas, embora enfrentem barreiras legais. Entre as propostas mais estudadas estão:

  • Marine Cloud Brightening: injetar aerossóis nas nuvens marítimas para aumentar a sua refletividade;
  • Injeção de aerossóis estratosféricos: libertar partículas químicas (como dióxido de enxofre) na atmosfera superior para refletir parte da radiação solar.

Nenhuma destas abordagens envolve uma rede global de satélites controlados por inteligência artificial, como a que Musk propõe.

Um plano para uma civilização do futuro

Segundo Musk, esta seria uma característica lógica de uma civilização Tipo II na escala de Kardashev, capaz de aproveitar diretamente a energia total do Sol através de megaestruturas cósmicas, algo que a humanidade ainda está a milénios de conseguir.

Sim. Faz parte do território.

Comentou Musk.

O plano de Elon Musk pode parecer utópico, ou distópico, mas reflete a tendência crescente para procurar soluções tecnológicas radicais perante a crise climática global.

O debate, contudo, está longe de terminado. E a polémica ainda vai no adro!