Após lhe ter sido detectada uma pequena mancha num órgão vital, um filósofo, Fabrice Toussaint (Denys Podalydès) é apresentado ao doutor Augustin Masset (Kad Merad), especialista em cuidados paliativos e chefe de uma unidade destes, do qual se torna amigo e com o qual vai falar e refletir sobre o cancro, a vida, a morte e a preparação para esta. Costa-Gavras baseou-se no livro de Regis Debray e do Dr. Claude Grange para rodar este filme, em que nomes como Charlotte Rampling, Agathe Bonitzer ou Angela Molina interpretam pessoas cujos casos ilustram comportamentos e reações muito variadas à doença no estado terminal, da revolta e do desespero à aceitação. A eutanásia surge de passagem, já que a ênfase é posta nos cuidados paliativos e na importância da relação de clínicos e enfermeiros com os pacientes. Apesar de Costa-Gavras não evitar algum didatismo, O Último Suspiro é um filme que nos toca e faz refletir.
Já lá vão quase 40 anos desde que Arnold Schwarzenegger e o seu grupo de comandos enfrentou o caçador extraterrestre nas selvas da América Central em Predador (1987), o magnífico filme de ficção científica de John McTiernan, dando origem a uma série de títulos em que o Predador já lutou com aliens dos filmes de Ridley Scott, caçou assassinos humanos num planeta distante (Predadores, de 2010) e até combateu com índios na América de antes da chegada dos europeus (O Predador: Primeira Presa, de 2022). Neste novo filme, mais uma vez realizado por Dan Trachtenberg e passado no futuro, um jovem Predador, Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi), o mais fraco do seu clã, viaja para um planeta hostil dominado por uma perigosíssima criatura, o Kalisk, que quer caçar para provar o seu valor. Lá chegado, encontra uma inesperada aliada, Thia (Elle Fanning), uma androide danificada da Wayland-Yutani Corporation.
O realizador brasileiro Kleber Mendonça Filho (Aquarius, Retratos Fantasmas), ambienta O Agente Secreto (prémios de Melhor Realizador e Melhor Ator no Festival de Cannes) na sua Recife natal, como sucede na maior parte dos seus filmes, e situa-o em 1977, quando o Brasil estava ainda sob o regime militar instituído na década anterior. Wagner Moura interpreta Marcelo, um engenheiro viúvo que regressa àquela cidade em pleno Carnaval, e sob outro nome, para reencontrar o filho, que vive com os avós maternos, e ir com ele para fora do país. Marcelo não o sabe, mas alguém contratou dois matadores para o eliminarem. E enquanto não deixa o país com a criança, vai trabalhar para uma repartição pública situada na delegacia do Recife. O Agente Secreto foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.