Bruxelas quer impedir ao máximo a livre circulação de cidadãos russos no Espaço Schengen
A União Europeia continua à procura de tudo o que pode para tentar pressionar ou, pelo menos, enfraquecer a Rússia na sua procura pela conquista da Ucrânia.
De acordo com o POLITICO, Bruxelas prepara-se para novas sanções, desta vez aos vistos atribuídos a cidadãos vindos da Rússia, o que marca um passo além daquilo que tem sido feito, uma vez que “ataca” civis.
Segundo três responsáveis com conhecimento do assunto, o objetivo passa por acabar definitivamente com a emissão das permissões ilimitadas de entrada e saída do Espaço Schengen durante um determinado período.
O visto Schengen permite a entrada múltipla nos vários países pertencentes àquele espaço, incluindo Portugal, por exemplo, durante um período que não costuma ser superior a 90 dias.
A validade deste visto pode variar de um a cinco anos, mas Bruxelas quer que os cidadãos russos fiquem impossibilitados de ter esta benesse, que tem de ser concedida por cada embaixada ou consulado, dependendo do Estado-membro.
Este é mais um passo para tentar punir Moscovo pela guerra na Ucrânia, podendo os cidadãos russos ficar limitados aos vistos de entrada única, o que limita a circulação para o país em concreto e entre os vários Estados-membros do Espaço Schengen.
Apesar de ver esta medida como uma necessidade, Bruxelas admite algumas exceções, nomeadamente por razões humanitárias – refugiados, por exemplo – ou cidadãos que tenham cidadania de um país da União Europeia.
A União Europeia já dificultou a concessão de vistos dos seus países a cidadãos russos, tendo suspendido o acordo que facilitava essa obtenção logo em 2022. Alguns Estados-membros, nomeadamente os países do Báltico, foram mais longe, impondo restrições que praticamente impedem qualquer cidadão russo de entrar nos seus territórios.
Apesar da intenção de Bruxelas, a decisão continuará a ser uma questão de competência nacional. Só em 2024 foram concedidos mais de 500 mil vistos Schengen a cidadãos russos, de acordo com os dados oficiais, o que até é um aumento em relação a 2023, mas fica bem longe dos quatro milhões de vistos emitidos em 2019.
Países como Hungria, França, Espanha ou Itália ainda permitem a entrada mais ou menos livre a cidadãos russos. É com isso que Bruxelas quer acabar, sugerindo regras mais apertadas para diminuir a circulação de pessoas vindas da Rússia dentro do bloco.
Ainda segundo o POLITICO, esta medida deve ser formalmente adotada e implementada ainda esta semana.
À parte dos vistos atribuídos a cidadãos russos, a União Europeia continua a pretender a restrição de movimentos a diplomatas da Rússia, algo que faz parte do 19.º pacote de sanções.