Com fronteira com a Ucrânia, invadida pela Rússia em 2022, a Polónia aumentou os gastos em Defesa e tornou-se a terceira maior força militar da Aliança Atlântica, tendo cerca de 216 mil militares. Mas quer aumentar o número de soldados em mais um terço na próxima década.
Nesse sentido, o Ministério polaco da Defesa anunciou que vai iniciar, ainda este mês, um programa de treino militar voluntário e “aberto a todos os cidadãos polacos que desejarem participar” – desde estudantes do Ensino Básico e Secundário a adultos em idade ativa, empresas e até idosos.
“Estamos a começar um programa de treino integral de defesa voluntária”, escreveu o ministro da Defesa da Polónia, nas redes sociais.
“É um grande investimento na segurança da nossa pátria”.
O chamado programa “Em Prontidão” será, segundo Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, o “maior treino de Defesa da história da Polónia” e prevê um curso básico de segurança, treino de sobrevivência, instruções médicas e aulas de segurança cibernética. Os interessados podem inscrever-se nos cursos de instrução militar através de uma aplicação no telemóvel.
Desde o início da guerra, “o povo da Ucrânia adquiriu essas habilidades”. Segundo o ministro polaco, “quando a guerra começou, essas habilidades para responder a uma situação de crise não existiam” e por isso acredita que a Polónia precisa de “estar preparada para qualquer cenário”.
“Só em novembro e dezembro (…) vamos treinar cerca de 20 mil pessoas individualmente, mas o número total, considerando todas as modalidades de treinamento, é de aproximadamente 100 mil pessoas”, declarou o vice-ministro da Defesa, Cezary Tomczyk, numa conferência esta quinta-feira.
O Ministério planeia treinar ainda 400 mil pessoa no próximo ano “individualmente, em grupos, como parte do programa ‘Educação com o Exército’, treino de reservistas e de serviço militar voluntário”. O objetivo é “fortalecer a Defesa Nacional e a resiliência social”.
Na mesma conferência, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Polónia esclareceu que este programa de treino voluntário pretende além de fortalecer a resiliência dos cidadãos e das comunidade, ainda aumentar a disponibilidade, a preparação e a capacidades das forças militares de reserva.
Este programa foi anunciado pelo primeiro-ministro Donald Tuskin em março, com o objetivo de “construir um exército de reservistas”, numa altura em que aumentavam as preocupações com a segurança após a invasão da Ucrânia pela Rússia.