A PSP adianta que a agressão ocorreu após um desentendimento entre agressor e vítima, que se conheciam, não sendo ainda claro qual a sua relação.

O homem desferiu algumas facadas na mulher e depois ingeriu uma substância líquida que se suspeita ser lixívia. De seguida, abandonou o local.

Ao que o JN apurou, a vítima e o agressor, um pescador da Figueira da Foz, chegaram a morar juntos.

A PSP chegou ao local pelas 8.27 horas, logo seguida dos meios de emergência que transportaram a vítima para o Hospital de São João, local onde acabou por morrer pelas 9.22 horas.

Pouco depois das 9 horas, o homem ter-se-á atirado do viaduto “Pego Negro”, junto à rotunda das Areias. Foi encontrado inanimado e foi transportado para o Hospital de São João em estado grave.

Até ao momento, desconhecem-se as razões que levaram a este incidente. A investigação do crime passou para a Polícia Judiciária.

Foto: Carlos Carneiro

“Fiquei logo aflita”

Hermínia Sílvia, residente na zona, viveu momentos de aflição na manhã desta quinta-feira, quando, a caminho da Escola Básica de 1.º CEB / JI da Corujeira para levar os netos, se deparou com uma cena de crime mesmo em frente ao estabelecimento de ensino.

“A senhora [vítima] estava de pijama. Ambos param aqui muito no jardim. A vítima estava sempre aqui sentadita”, contou Hermínia, ainda abalada com o sucedido.

A moradora explicou que a presença da mulher era habitual na zona, o que tornou o episódio ainda mais perturbador. “Sinto-me preocupada com este crime, mesmo em frente à escola. Até perguntei à polícia se tinha sido com alguma criança, porque fiquei logo aflita”, relatou.

Segundo Hermínia, os agentes tranquilizaram-na, esclarecendo que a vítima era uma mulher adulta que tinha sido esfaqueada e levada de urgência para o hospital. “Disseram-me que era uma senhora que tinha sido esfaqueada e que foi para o hospital”, concluiu.

Outro morador, Mário Couto, descreveu o sentimento de incredulidade que tomou conta da vizinhança: “Moro aqui há 72 anos, num bairro camarário. Eu nunca vi nada disto. Qualquer coisa agora dá-se uma facada. Crianças a vir para a escola e a ver isto…”

Mário Couto (Foto: Carlos Carneiro)

Também António Cardoso, residente numa rua acima do local do crime, assistiu de perto à movimentação das autoridades e dos meios de socorro. “Apercebi-me de tudo. Eu estava na cama e vim espreitar. Depois vesti-me, porque tinha de vir buscar o pão, e fui ver o que era. Estava já a ambulância a fazer a reanimação. A senhora lá reagiu e levaram-na para o hospital. Porque se ela tivesse morrido aqui, tinha de vir cá o médico certificar o óbito. Foi mais do que uma facada.”

António Cardoso (Foto: Carlos Carneiro)