Oportunidade perdida pelo Sp. Braga, derrotado esta quinta-feira em casa (3-4) pelo Genk, de elevar a fasquia e estabelecer um recorde de quatro triunfos consecutivos no arranque da Liga Europa, o que colocaria a formação minhota no topo da tabela da competição e numa posição invejável para fechar a qualificação na deslocação a Glasgow.

Um desfecho surpreendente, face ao futebol exibido na primeira parte, de uma autoridade e supremacia que o Genk contestou mesmo em cima do intervalo. O que veio a seguir foi uma espécie de viagem a um universo desconhecido, com o Sp. Braga a cometer haraquiri com erros incompreensíveis que entregaram ao Genk as chaves da partida.

Os minutos finais foram de incerteza, com Fran Navarro a reduzir para 3-4, mas o destino estava traçado, com o Genk a reclamar os três pontos.

Antes do descalabro, o Sp. Braga só precisou de 30 minutos e cinco tentativas para ganhar vantagem ante um Genk que procurava agarrar-se a uma tábua de salvação para evitar cair para a zona de eliminação.

Os belgas procuraram contrariar o domínio da formação portuguesa com diferentes desenhos tácticos que não surpreenderam os minhotos, marcando uma tendência que se acentuou até ao golo de Zalazar, o primeiro do uruguaio na prova, construído por Hornicek. O guarda-redes colocou uma bola directa, a esticar em João Moutinho, perto da área do Genk, com o lateral/ala Nkuba (o primeiro a ser substituído) a deixar a bola nos pés de Zalazar, que progrediu e disparou com êxito.

O Sp. Braga materializava a superioridade, mas falhava na eficácia necessária para manietar um adversário bem mais letal, como ficou provado nos descontos, período em que chegou à igualdade na sequência de um canto, a fulminar a equipa de Carlos Vicens.

Os bracarenses foram para o intervalo sem perceberem bem como perderam a vantagem e regressaram completamente desligados, sofrendo o segundo logo de entrada, num erro de Gorby na saída de jogo, com passe a queimar Lagerbielke e a permitir a arrancada de Sor, que fuzilou Hornicek.

A dinâmica do jogo mudava drasticamente, com o Genk a aproveitar as folgas criadas no sistema “arsenalista” com as trocas de Moutinho, Leonardo Lelo e El Ouazzani, criando um par de situações que terminaram com o terceiro golo belga. À segunda, o sul-coreano Oh Hyun-gyu bateu mesmo Hornicek, criando nova onda de choque na “Pedreira”.

Subitamente, o Sp. Braga estava na iminência de sofrer a primeira derrota europeia e de falhar uma série inédita de quatro triunfos que o deixaria no topo da classificação da fase de Liga, a par de Midtjylland.

Rodrigo Zalazar ainda restaurou a esperança com novo golo a cerca de 20 minutos dos 90. Mas outro erro de Gorby permitiu que os belgas voltassem a colocar a vantagem em dois golos, num autêntico soco no estômago da formação portuguesa.

O Sp. Braga não estava, contudo, rendido e Fran Navarro (86′), depois de remate devolvido pelo ferro e recarga de Lagerbielke, desviou para o 3-4 que aumentou a expectativa nos minutos finais, mas que o Sp. Braga não foi capaz de consumar.