A decisão das autoridades norte-americanas de reduzir o número de voos nos principais aeroportos do país começa esta sexta-feira a ter efeitos no terreno, com a diminuição de 4% das operações programadas.
De acordo com o departamento federal de aviação (FAA, na sigla em inglês), a redução será feita de forma faseada, e, depois dos 4%, irá subir para 6% no dia 11 e para 8% no dia 13, chegando depois aos 10% no dia 14 de Novembro.
O Financial Times cita dados das três principais companhias aéreas, afirmando a United Airlines que vai hoje cortar quase 200 voos, número que passa para cerca de 220 no caso da American Airlines e para cerca de 170 no caso da Delta.
A FAA afirma que a medida não exige uma redução nos voos internacionais, e que as companhias aéreas “podem decidir que voos são cancelados de modo a atingir o objectivo final”. Mesmo assim, poderá haver uma redução do fluxo de passageiros para os voos internacionais.
A United, por exemplo, já garantiu em comunicado que os voos internacionais não vão ser afectados pelos cortes. Do lado europeu, o presidente da Air France – KLM afirmou que as ligações entre os dois continentes deverão manter-se sem alterações.
Em comunicado, a FAA explica que as companhias têm de fazer o reembolso integral das passagens aéreas em causa, mas sem qualquer tipo de indemnização associado por se tratar de um evento externo à actuação das empresas.
A decisão foi justificada pelas autoridades norte-americanas pelo desgaste dos controladores aéreos, que, além das pressões já existentes, estão a trabalhar sem receber desde que a falta de acordo entre republicanos e democratas levou à paralisação do Governo.
Esta é, aliás, uma das poucas profissões que tem de continuar a trabalhar mesmo na actual conjuntura. A paralisação das entidades federais chega hoje ao seu 38º dia, um recorde na história dos EUA. Depois desta medida, há um aumento da pressão da administração de Trump para que os democratas cedam na sua posição.