O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel agradeceu esta sexta-feira às autoridades mexicanas por terem frustrado o que descreveu como um plano apoiado pelo Irão contra a embaixadora de Israel na Cidade do México. “Agradecemos aos serviços de segurança e às agências de aplicação da lei do México por frustrarem uma rede terrorista apoiada pelo Irão que procurava atacar a embaixadora de Israel no México”, referiu um breve comunicado do ministério.
“A comunidade de segurança e de inteligência israelita continuará a trabalhar incansavelmente, em plena cooperação com as agências de segurança e de inteligência de todo o mundo, para frustrar as ameaças terroristas iranianas contra alvos israelitas e judeus em todo o mundo”, acrescentou o texto distribuído à imprensa.
Um responsável norte-americano confirmou no mesmo dia à Reuters a informação, de que a Guarda Revolucionária Islâmica do Irão planeou assassinar a embaixadora desde o final do ano passado, mas os planos foram frustrados, sendo que deixou de haver qualquer ameaça.
“O plano foi contido e não representa atualmente uma ameaça”, disse o responsável, sob anonimato.
“Este é apenas o mais recente episódio de uma longa história de ataques letais do Irão contra diplomatas, jornalistas, dissidentes e qualquer pessoa que discorde deles em todo o mundo, algo que deveria preocupar profundamente todos os países onde há presença iraniana”, acrescentou.
A fonte recusou-se a revelar de que forma foi impedido o plano e a fornecer mais detalhes sobre a operação.
A missão do Irão na ONU, em Nova Iorque, também recusou fazer comentários.
Acusações
Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos e os seus aliados alegam que o Irão e os seus aliados tentam lançar ataques violentos contra os opositores de Teerão.
O ano passado, os serviços de segurança da Grã-Bretanha e da Suécia alertaram que Teerão estava a utilizar grupos criminosos para realizar atentados nestes países, com Londres a afirmar ter frustrado 20 planos ligados ao Irão desde 2022.
Uma dúzia de outros países condenaram o aumento dos planos de assassinato, de rapto e de assédio por parte dos serviços de informação iranianos.
Ken McCallum, chefe da espionagem interna britânica enquanto director-geral do MI5, disse no mês passado que o Irão estava a tentar “freneticamente” silenciar os seus críticos em todo o mundo.
McCallum citou a forma como a Austrália expôs o envolvimento iraniano em planos anti-semitas e como as autoridades holandesas revelaram uma tentativa de assassinato frustrada.