No Jubileu do Mundo do Trabalho, neste sábado, 8 de novembro, o Papa Leão XIV recordou a contribuição das Igrejas jovens às antigas Igrejas do Norte do mundo com tantos jovens testemunhas da fé e apelou às instituições e sociedade civil por um compromisso coletivo para criar oportunidades de trabalho válidas que ofereçam estabilidade e dignidade.
Jane Nogara – Vatican News
Na Audiência Jubilar deste sábado (08), Jubileu do Mundo do Trabalho, o Papa Leão XIV iniciou sua saudação aos presentes afirmando: “Queridos amigos, o trabalho deve ser uma fonte de esperança e de vida, que permita expressar a criatividade do indivíduo e sua capacidade de fazer o bem”. Fazendo em seguida o apelo a um “compromisso coletivo, por parte das instituições e da sociedade civil, para criar oportunidades de emprego válidas que ofereçam estabilidade e dignidade, garantindo sobretudo aos jovens a realização de seus sonhos e a contribuição para o bem comum”. Participaram da Audiência Jubilar 45 mil pessoas.
Visão cristã do trabalho humano
Ao saudar os peregrinos poloneses o Papa recordou seu antecessor polonês: “As peregrinações do Mundo do Trabalho têm uma longa tradição na Polônia. Sua inspiração nasce do ensinamento de São João Paulo II e de sua Encíclica Laborem exercens, bem como da atividade do Beato Dom Popiełuszko. Voltem a essas fontes para enfrentar as “coisas novas”, solicitando a visão cristã do trabalho humano”.
Critérios de Deus
Ao falar, em sua catequese, sobre a esperança do Jubileu que nasce das surpresas e critérios de Deus, citou as Cartas de São Paulo aos Coríntios onde se afirma, “quem é mais humilde e menos poderoso tornou-se agora precioso e importante”, explicando: “Os critérios de Deus, que sempre começa pelos últimos, já em Corinto são um ‘terremoto’ que não destrói, mas desperta o mundo. A palavra da Cruz, que Paulo testemunha, desperta a consciência e desperta a dignidade de cada um”.
Testemunho da esperança
“Ter esperança é testemunhar: testemunhar que tudo já mudou, que nada é mais como antes”, com essas palavras o Santo Padre fala de uma testemunha da esperança cristã, o africano Isidoro Bakanja que desde 1994, é considerado um dos Beatos, padroeiro dos leigos do Congo. Conta-se que missionários católicos, monges trapistas, lhe falaram de Jesus e ele aceitou seguir a instrução cristã e receber o batismo, por volta dos vinte anos. “A partir daquele momento, seu testemunho tornou-se cada vez mais luminoso. Esperar é testemunhar: quando testemunhamos a vida nova, a luz aumenta mesmo entre as dificuldades”. Trabalhando no campo como lavrador com patrões contrários à sua fé, Isidoro continuou a usar o seu escapulário com a imagem da Virgem Maria ao pescoço, sofrendo todo o tipo de maus-tratos e torturas, sem perder a esperança. “Esperar é testemunhar! Isidoro morre, declarando aos monges trapistas, que não guarda rancor, pelo contrário, promete rezar também no além por aqueles que o reduziram a tal estado”.
A palavra da Cruz
Por fim, o Papa Leão afirma: “Essa é, queridos irmãos e irmãs, a palavra da Cruz. É uma palavra vivida, que rompe a cadeia do mal. É um novo tipo de força, que confunde os soberbos e derruba os poderosos dos seus tronos. Assim surge a esperança”. Recordou em seguida a contribuição das Igrejas jovens que enviam às antigas Igrejas do Norte do mundo, grandes testemunhos como o citado acima. Isso “nos impele”, concluiu, “a caminhar juntos rumo ao Reino de Deus, que é Reino de justiça e de paz. A África, em particular, pede esta conversão, e fá-lo dando-nos tantos jovens testemunhas da fé. Esperar é testemunhar que a terra pode realmente assemelhar-se ao céu. E esta é a mensagem do Jubileu”.