Cada candeeiro custa 1.200€, a mesa soma 3.450€ e cada cadeira ultrapassa os 700€. Entrar no andar modelo do Naus Eco Village é atravessar uma fronteira invisível. O Barreiro de sempre, com ruas familiares e edifícios de tijolo antigo, fica ao lado, mas parece do outro mundo. Silêncio, amplitude, luz natural filtrada e sobreiros à vista. Estamos no primeiro condomínio de luxo fechado da cidade, com preços que vão dos 490.000€ aos 1.800.000€, cerca de 2.800€ por metro quadrado.
O empreendimento é da Vision Supra Partners, com arquitetura do Ateliê Plano Humano e decoração da Glim, a agência barreirense que há mais de uma década mistura estética, funcionalidade e consciência ambiental. Fundada para trazer design inteligente ao Barreiro, o atelier das irmãs Catarina e Carla Enxuto construiu uma reputação sólida em projetos que equilibram conforto, sofisticação e sustentabilidade. Responsável pela concepção do primeiro vislumbre do condomínio ainda em construção, é uma espécie de carimbo local na escolha dos materiais, mobiliário e elementos decorativos.
“Queríamos que cada visitante sentisse que o espaço respirava cuidado, sofisticação e responsabilidade ambiental. O luxo contemporâneo aqui não é ostentação, é escolha consciente”, explica Catarina Enxuto, designer responsável pelo andar modelo. “Cada detalhe tem propósito, não é decoração vazia; é pensado para a experiência diária.”
Cada superfície, cada material, cada escolha de luz e sombra conta a história da Glim. É o toque de quem conhece o Barreiro e acredita que o luxo também pode ser consciente e próximo das pessoas.
Design com propósito, orçamentos também
O hall abre caminho à sala e cozinha open space, evidenciando o cuidado em cada pormenor: paredes pintadas com tintas ecológicas, iluminação natural filtrada, portas em madeira certificada. Plantas estrategicamente colocadas, banco em madeira reciclada e tapetes artesanais definem o ritmo do espaço, preparando o olhar para o coração do projeto. “Cada escolha aqui tem história, não é apenas estética. O banco, o tapete, a posição das plantas — tudo foi pensado para que se sinta o cuidado em cada passo”, explica Catarina Enxuto.
Ao entrar na sala, a sensação é de continuidade e surpresa. O espaço é leve, mas cada objeto e textura chama atenção. O sofá de 265 por 180 cm e as poltronas generosas prometem conforto sem exagero. Mesas de apoio e candeeiros não preenchem apenas o espaço, criam uma coreografia pensada para a vida quotidiana. “Cada escolha foi medida para fundir conforto e estética”, resume Catarina. “E há orçamentos e orçamentos: podemos optar pelo luxo absoluto ou escolher uma versão mais acessível, mas sem nunca comprometer a experiência ou a consciência ambiental. Queríamos mostrar que luxo não significa obrigatoriamente exclusão.”
O orçamento da sala atinge 42.400 € na versão de luxo, enquanto a mais acessível mantém proporções e conforto, mas reduz alguns elementos decorativos e materiais de topo. “Não é ostentação, é experiência diária”, sublinha a designer. “Cada euro tem propósito: é sobre como se vive o espaço, não apenas como ele parece.”
A parede principal domina a vista com revestimentos cerâmicos de grande formato da Porcelanosa, do chão ao teto, conferindo imponência sem pesar. “Cada peça foi escolhida não só pela estética, mas pela origem e sustentabilidade: energia 100 % verde, certificação ISO 14001, sistemas de reutilização de água e resíduos. Queríamos que cada elemento tivesse propósito, história, sentido”, detalha Catarina. “Mesmo nas escolhas mais económicas, mantemos essa filosofia: consciência ambiental e design inteligente nunca saem da equação.”
Na suite principal, a cabeceira em Orac Decor 3D, aplicada verticalmente, reforça a altura do quarto. Candeeiros suspensos, tecidos 100 por cento reciclados certificados pela OEKO-TEX® e mobiliário produzido com energia verde completam a experiência. O orçamento da suite atinge 15.800€ na versão de luxo, com a opção de um conjunto mais acessível, que mantém conforto, funcionalidade e estética. “É um valor que reflete a filosofia do projeto: luxo consciente, onde cada escolha tem função, conforto e história, mas não é exclusividade para poucos”, explica Catarina.
O quarto dos miúdos pinta-se de rosa ou azul pastel com revestimento 3D, criando leveza e segurança. “O objetivo era criar um espaço estimulante, seguro e acolhedor. Aqui também há alternativas de orçamento: podemos reduzir materiais premium sem sacrificar a experiência diária”, diz Catarina. O quarto I soma 10.400€, o quarto II 12.400€, ambos com soluções adaptáveis e arrumação inteligente. “Não é apenas decorar, é criar experiências”, reforça.
Entre números, texturas e luz natural, a Glim revela como o Barreiro pode crescer sem perder identidade. “A nossa abordagem é criar ambientes que se adaptam à rotina, ao estilo de vida e à identidade de cada família. E há espaço para todos: luxo absoluto ou opções mais acessíveis, mas sempre com inteligência e consciência ambiental. O Naus mostra que o Barreiro também pode ter luxo pensado com inteligência.”
Metade vendido, quase tudo a barreirenses
Da teoria à prática, metade das 24 frações do Nau já foram compradas e é aí que entra Cláudia Coelho Ferreira, promotora imobiliária da Remax Alcateia. Quando chegou ao terreno do Naus Eco Village pela primeira vez, a sensação foi quase cinematográfica. “Era uma manhã cinzenta, típica de outono, e ainda assim fiquei impressionada. Tantas casas, tantas famílias e aquele silêncio. Parecia impossível que o mercado não mexesse. Foi naquele momento que percebi que o Barreiro ia mexer”, lembra Cláudia.
Natural de Braga e há anos residente em Lisboa, confessa que nunca tinha imaginado acabar no Barreiro. “A minha ideia da cidade era como a de toda a gente de fora: parada no tempo, feia, cheia de fábricas antigas. Mas quando pisei este terreno, percebi logo o potencial. Estamos a sete minutos a pé do barco, rodeados de verde, com sobreiros e água à vista. É um refúgio dentro da cidade. Vendi a agência em Sacavém e aqui estou.”
O projeto nasceu da visão de António Francisco, português que construiu a sua vida na Suíça, antes de regressar a Portugal. “Trabalha comigo há 20 anos. É um visionário e pensa em cada detalhe como se fosse para as filhas. Desde o espaço para brincar, à qualidade dos acabamentos, às piscinas, tudo foi pensado para o bem-estar da família que habitará o Naus.”
Cláudia recorda os primeiros desafios: “No início, havia muita desconfiança. O conceito era diferente, o preço por metro quadrado elevado, o terreno pequeno. Mas, aos poucos, a procura cresceu. Hoje, 55 % das frações já têm dono, e a maioria são barreirenses que querem mudar de casa dentro da cidade. Muitos estrangeiros também se interessaram, mas a essência do projeto é local”, adianta. “Um norte-americano e barreirenses.”
18 meses pela frente
O Naus Eco Village quer ser mais que um condomínio de luxo. “É um espaço que respeita a identidade do Barreiro, mas acrescenta estética, sustentabilidade e bem-estar. Aqui, cada detalhe tem propósito, cada escolha de materiais, luz ou mobiliário conta uma história”, explica Cláudia.
Para colocar o projeto em contexto, a consultora imobiliária observa que “o mercado de condomínios fechados em Portugal tem vindo a crescer, mas é raro encontrar propostas que combinem luxo, sustentabilidade e identidade local com tanta atenção ao detalhe”.
Sobre os preços praticados, contraria a ideia do “projeto inflacionado.” Na área do imobiliário há mais de duas décadas, diz que “o mercado usado está mais caro por metro quadrado do que o Naus. Cada euro reflete qualidade, localização, sustentabilidade e a experiência de viver aqui. Vendemos mais do que apartamentos — vendemos uma forma de viver, escolhas conscientes e conforto.”
O promotor acompanha cada fase de perto, sendo que a conclusão do projeto está prevista para 18 meses. “É importante que tudo seja feito com cuidado, que a visão inicial se mantenha. O António está sempre disponível. Essa proximidade é essencial para que a qualidade se mantenha intacta.”
O Naus Eco Village ergue-se como um enclave de luxo e tranquilidade no Barreiro, rodeado de verde e com vistas sobre o rio e os sobreiros. Com 24 frações, entre T2 e T3, o condomínio combina arquitetura contemporânea, acabamentos de topo e soluções sustentáveis, criando espaços amplos e luminosos.
Para Cláudia, o Naus Eco Village é um manifesto. “O Barreiro pode ter luxo consciente, sofisticado e pensado. Queremos inspirar e transformar o mercado, mostrando que conforto, estética, sustentabilidade e inteligência podem coexistir sem sacrificar a identidade da cidade. Este é apenas o primeiro passo.”
Carregue na galeria e entre no condomínio privado e sustentável que está a atrair as atenções dos barreirenses.