Questionado pelos jornalistas em Vila Viçosa sobre estas declarações de Gouveia e Melo no livro, Marcelo de Sousa começou por dizer que não tenciona “comentar candidatos a presidente. Quando deixar de ser presidente, não vou comentar os candidatos a presidente, esse é o meu princípio”, para logo acrescentar: “Dito isto, eu não dei essa entrevista. Eu não dei nenhuma entrevista em que tivesse dito aquilo que dizem que disse. Não existe”.
“Não encontram nenhuma entrevista minha em que eu me pronunciasse sobre questões de chefia das Forças Armadas. Não há nenhuma entrevista com palavras minhas pronunciando-me sobre quem é chefe, quem não é chefe, quem deve ser, quem não deve ser chefe das Forças Armadas. E pronunciando-me sobre quem deve ser ou não candidato a presidente”, sublinhou o Presidente da República.
Questionado sobre se Gouveia e Melo estava a faltar à verdade, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: “Não estou a dizer isso, estou a dizer que eu não dei [entrevista sobre o que o Expresso noticiou].
No livro, Gouveia e Melo afirma que “o Governo – e também o senhor Presidente da República – não pareciam interessados em nada da defesa, para além de fazerem umas correções nos ordenados dos militares. Assim, deduzi que o que pretendiam era que eu ficasse amarrado à Marinha com o eventual ‘prémio’ de, no fim, poder ser CEMGFA e atingir o topo da carreira militar. Pensaram, especulo eu, que ficaria muito contente por me darem a oportunidade”.
“Essas pessoas verdadeiramente não me conheciam…essa é a única coisa que eu nunca faria: ser príncipe só para cortar fitas”, diz o candidato à Presidência da República. “Queriam dar-me importância sem me darem poder para fazer nada. Muito obrigado. Foi aí que decidi: Vou entrar no campo das verdadeiras decisões, a política”, revela.
O livro Gouveia e Melo – As Razões, da Porto Editora, estará nas livrarias na próxima quinta-feira, dia 13.
Com Lusa