A Netflix lançará no próximo dia 12 o documentário “Caso Eloá – Refém ao Vivo“, que revisita um dos crimes mais marcantes da história recente do Brasil. A produção estreia no dia 12 de novembro e promete revelar trechos inéditos do diário da adolescente Eloá Cristina Pimentel, oferecendo uma nova perspectiva sobre o caso que chocou o país em 2008.
Eloá, de 15 anos, foi mantida em cárcere privado por 100 horas no apartamento onde morava, em um conjunto habitacional de Santo André, no ABC Paulista. O responsável foi seu ex-namorado, Lindemberg Alves, então com 22 anos, que se recusava a aceitar o fim do relacionamento. Antes de assistir a nova produção da Netflix, aqui vão 5 coisas que você precisa saber sobre o caso!
1- Uma criança e um adulto
Eloá começou a namorar Lindemberg quando tinha apenas 12 anos de idade, e o relacionamento, marcado por idas e vindas, durou dois anos e sete meses. De acordo com informações do portal de notícias g1, o último término, ocorrido cerca de um mês antes do crime, se deu por decisão do próprio Lindemberg, que, arrependido, tentou reatar.
Eloá, no entanto, decidiu seguir em frente. Ele, porém, não aceitaria essa decisão. O sequestro se estendeu por cinco dias consecutivos e o caso se tornou um dos episódios mais acompanhados pela imprensa brasileira
2- Vítima fazia trabalho escolar
Na segunda-feira, 13 de outubro de 2008, Eloá foi para casa após a escola, acompanhada dos amigos Nayara, Victor e Iago, para fazer um trabalho escolar. Enquanto os meninos usavam o computador, Eloá e Nayara preparavam o almoço.
Foi nesse momento que Lindemberg invadiu o apartamento armado, iniciando o sequestro que duraria dias e seria transmitido quase em tempo real pela televisão.
3- Havia outros reféns
Inicialmente, os quatro jovens foram feitos reféns. Ainda no primeiro dia, Lindemberg libertou Victor e Iago. No dia seguinte, liberou também Nayara. Contudo, em uma decisão controversa durante as negociações, a adolescente foi levada de volta ao cativeiro na manhã de quinta-feira, com o objetivo de “acalmar” o sequestrador.
Na sexta-feira, um promotor de Justiça compareceu ao local com um documento que garantia que Lindemberg não seria ferido caso se rendesse — uma das exigências feitas pelo rapaz, segundo seu advogado.
4- Amiga também foi baleada
Na noite de sexta-feira, 17 de outubro, o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) decidiu invadir o apartamento, após horas de impasse.
Antes da entrada da polícia, Lindemberg disparou contra as duas meninas: Nayara foi atingida, mas conseguiu sair andando; já Eloá levou dois tiros e foi retirada inconsciente do local. Ela foi levada às pressas ao hospital, mas teve morte cerebral confirmada na noite de sábado, 18 de outubro de 2008.
5- A pena de Lindemberg
Lindemberg Alves foi condenado por 12 crimes, incluindo homicídio qualificado, cárcere privado e disparo de arma de fogo. A sentença inicial foi de 98 anos e 10 meses de prisão, sendo posteriormente reduzida para 39 anos após revisões judiciais.
De acordo com o portal Terra, a defesa de Lindemberg Alves afirma que ele tem se dedicado aos estudos e ao trabalho desde o momento em que foi preso. Segundo o advogado, o detento nunca faltou às atividades disciplinares, o que lhe garantiu recentemente uma redução de 109 dias na pena, conforme decisão do juiz José Loureiro Sobrinho, da comarca de São José dos Campos.
Além disso, Lindemberg comprovou sua atuação profissional dentro do presídio e concluiu um curso de empreendedorismo promovido pelo Sebrae.
Em nota, a advogada Márcia Renata declarou que o cliente mantém um “comportamento exemplar” e continuará agindo dessa forma para obter novas reduções de pena, conforme prevê a Lei de Execução Penal.
Lindemberg foi transferido para o regime semiaberto em 2021, mas teve o benefício revogado. No ano seguinte, a progressão foi oficializada pela Justiça.
Giovanna Gomes é jornalista e estudante de História pela USP. Gosta de escrever sobre arte, arqueologia e tudo que diz repeito à cultura e à história do ser humano.