Os anos 90 foram uma era particularmente prolífica para suspenses sobre psicopatas e assassinos em série, impulsionados pelo sucesso monumental de Hannibal Lecter e outras figuras icônicas. Também foi uma ótima época para cineastas que começaram no mundo dos videoclipes e injetaram uma nova energia visual no mainstream de Hollywood, resultando em filmes inovadores como A Cela.

Prisão da mente

O clássico de ficção científica fez um tímido retorno graças a novas remasterizações e edições físicas, emergindo da obscuridade em que permaneceu por décadas após seu sucesso de bilheteria de mais de 100 milhões de dólares. Jennifer Lopez estrela o filme surrealista e ousado, que está disponível para compra ou aluguel no Prime Video.

O filme marcou a estreia de Tarsem Singh na direção de longas-metragens, infundindo uma estética surreal, fantástica e única no cinema do início do século XXI. A Cela torna-se, assim, uma obra fundamental, preenchendo a lacuna entre a ousadia desenfreada e um entretenimento psicopata típico dos anos 90.

O roteiro se esforça para ser totalmente bem-sucedido, mas a incrível imaginação audiovisual de Tarsem surpreendentemente facilita a imersão nos reinos abstratos do subconsciente. Seus visuais são cativantes, mesmo que se aventurem por um território bastante sombrio, como se poderia esperar ao tentar retratar uma mente perturbada.

O projeto serve como um interessante campo de testes para o que se tornaria um dos clássicos definitivos deste século, Dublê de Anjo, e um forte cartão de visitas para um cineasta com um universo visual incrivelmente rico. Infelizmente, muitas pessoas se esqueceram de A Cela, um título emblemático que merece permanecer no imaginário cultural coletivo.

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