Ir às compras é hoje um dos maiores tormentos das famílias portuguesas — e não é pela discussão sobre levar ou não os produtos favoritos de cada elemento lá de casa. Desde 2022, o cabaz alimentar aumentou cerca de 56€. O café, o peixe, a carne e os ovos, essenciais no carrinho da maior parte das famílias, estão entre os produtos cujo preço mais subiu nos últimos anos.
O cabaz essencial, definido pela DECO, inclui carne, congelados, frutas e legumes, laticínios, mercearia e peixe e atualmente custa 244,34€. Esta é a terceira semana consecutiva em que o preço dos bens alimentares sobem, com destaque para o café, que ficou 71 cêntimos mais caro, os douradinhos, que custam mais 55 cêntimos, e o atum, com uma subida de 30 cêntimos.
Se compararmos com o período homólogo, ou seja, novembro de 2024, o café subiu 2,10€, enquanto bacalhau está mais caro 2,34€. A carne de novilho encareceu cerca de 2€ e os ovos mais 60 cêntimos.
“O preço do cabaz alimentar está a aumentar há três semanas consecutivas. Entre 29 de outubro e 5 de novembro, a subida foi de 67 cêntimos (mais 0,27 por cento), com o cabaz a custar agora 244,34 euros. Trata-se do segundo preço mais elevado desde que a DECO PROteste iniciou esta monitorização, em janeiro de 2022. Há cerca de quatro anos, era possível comprar exatamente os mesmos bens alimentares por menos 56,64 euros (menos 30,18 por cento)”, adianta a organização.
Um dos principais fatores que explicam a escalada de preços dos bens alimentares continua a ser a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, países que forneciam grande parte dos cereais consumidos em Portugal e na União Europeia. A isto somam-se os efeitos da seca e da pandemia, que deixaram marcas profundas no setor agroalimentar e dificultam a recuperação.