
Visitar uma galeria de arte e apreciar as obras ali expostas pode reduzir o risco de doenças cardíacas e até fortalecer o sistema imunitário.
O estudo é o primeiro do género, dizem os autores.
Uma pessoa que vai a uma galeria de arte sente-se bem, tranquila, satisfeita pelos quadros – ou outro tipo de arte – que vai analisar, apreciar.
O que provavelmente não sabe é que essa mesma pessoa, ao estar na galeria de arte a ver quadros, está a melhorar a sua saúde, a prevenir o futuro.
Um novo estudo mostra que visitar uma galeria de arte e apreciar as obras ali expostas pode reduzir o risco de doenças cardíacas e até fortalecer o sistema imunitário.
Reduzir riscos para a saúde pode estar relacionado com qualquer atividade de lazer, atividade que dá prazer.
As citocinas, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), estão basicamente relacionadas com todas as doenças conhecidas pelo homem.
Desempenham um papel fundamental na estimulação da cicatrização de feridas, e também podem evitar o surgimento de novas lesões.
O cortisol, hormona do stress, prepara o corpo para o risco. Um estado hormonal de stress desencadeia o aumento de IL-6, TNF-α e outras citocinas em determinadas circunstâncias.
Assim, a redução do stress reduz a inflamação, e a inflamação reduz a degradação fisiológica.
Neste estudo, que ainda não foi revisto pelos pares, os participantes no estudo foram ver as coleções da Courtauld Gallery, em Londres. Os investigadores mediram as respostas fisiológicas.
Os dados cardíacos foram obtidos através de um monitor contínuo de ritmo cardíaco, que também registava a temperatura da pele.
Foram recolhidas amostras de saliva antes e depois dos 20 minutos de observação, explica o Good News Network.
Em comparação com a visualização de réplicas das mesmas pintura, num ambiente fora de uma galeria, o cortisol desceu em média 22% para os que viram os quadros originais – e desceu apenas 8% para quem viu as obras falsas.
Os níveis de IL-6 desceram 30% e os de TNF-α, 28%. Ambas estão associadas a stress e a diversas doenças crónicas. No outro grupo, que não estava na galeria de arte, não houve alterações.
Isto sugere que a arte tem um potencial efeito calmante sobre as respostas inflamatórias do organismo.
“As hormonas do stress e os marcadores inflamatórios como o cortisol, a IL-6 e o TNF-alfa estão ligados a uma vasta gama de problemas de saúde, desde doenças cardíacas e diabetes a ansiedade e depressão”, explica o investigador Tony Woods.
“O facto de ver obras de arte originais ter reduzido estes marcadores sugere que as experiências culturais podem desempenhar um papel real na proteção da mente e do corpo”, continua o especialista.
O estudo traz uma mensagem muito mais ampla: lembre-se de parar e apreciar as coisas de vez em quando – é que isso pode salvar-lhe a vida.