No dia 18 de julho deste ano, o 1VERSE fez história ao estrear oficialmente na indústria musical sul-coreana com dois integrantes nascidos na Coreia do Norte. Foi a primeira vez que um grupo de k-pop incluiu artistas vindos do país vizinho, onde o consumo de qualquer conteúdo cultural produzido no Sul é considerado crime.

Vale lembrar que a Coreia do Norte e a Coreia do Sul foram separadas após a Segunda Guerra Mundial, quando Estados Unidos e União Soviética ocuparam partes diferentes da península. O conflito resultou em uma divisão definitiva em 1953, com o fim da Guerra da Coreia, criando dois países com regimes e culturas completamente distintos.

Dentro desse cenário, Hyuk e Seok desafiaram o destino ao fugir de seu território de origem para perseguir um sonho quase impossível que era tornarem-se idols. Assim, conheça a RECREIO apresenta a história dos novatos da indústria.

Hyuk Imagem promocional de Hyuk para 1VERSE – Divulgação/Singing Beetle Entertainment

O líder e rapper do 1VERSE, Yu Hyuk, nasceu no dia 3 de março de 2001 em Kyongsong, um condado na costa leste da Coreia do Norte. Sua infância foi marcada por privações extremas, de acordo com o Wall Street Journal, ao que o artista cresceu em meio à pobreza, chegando a roubar cimento para revender e, em alguns momentos, precisando pedir esmolas para sobreviver. Para fugir dessa realidade, o cantor deixou o país ainda criança e passou por três territórios diferentes até chegar a Seul aos 13 anos. Lá, foi incluído em um programa obrigatório de três meses para refugiados norte-coreanos, criado para auxiliar na adaptação ao novo ambiente.

Durante o processo, o jovem encontrou no rap um espaço de acolhimento, se identificando com letras que abordavam sofrimento, solidão e superação. Anos depois, Hyuk se tornou o primeiro trainee da Singing Beetle Entertainment e o primeiro membro confirmado do quinteto.

Seok Imagem promocional de Seok para 1VERSE – Divulgação/Singing Beetle Entertainment

O vocalista Kim Seok, nascido em 3 de junho de 2000, também é originário da Coreia do Norte e chegou à Coreia do Sul entre 2018 e 2019. Embora não tenha revelado detalhes sobre sua fuga, o Wall Street Journal apurou que o cantor era jogador de futebol profissional antes de se dedicar à música.

Mesmo sob o rígido controle do regime norte-coreano, ele teve contato com o k-pop por meio de vídeos e músicas contrabandeadas, o que despertou sua curiosidade e admiração pela indústria musical sul-coreana.