Cinco regiões de Santa Catarina já registraram mais mortes por câncer de próstata em 2025 do que no ano passado inteiro, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). A doença é uma das principais causas da morte entre os homens catarinenses, conforme o Instituo Nacional do Câncer (Inca). Para especialistas, o diagnóstico precoce auxilia para garantir a cura da doença.
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Até outubro deste ano, 538 pessoas morreram, vítimas da doença no Estado. A região com o maior número de mortos é a Grande Florianópolis, com 89 óbitos. Em todo 2024, foram 102 óbitos na região, conforme os dados do SIM.
Porém, no Alto Vale do Itajaí, Meio-Oeste, Alto Vale Rio do Peixe, Planalto Norte e Carbonífera, os números de 2025 já superam os de 2024. No Planalto Norte do Estado, por exemplo, até outubro foram 45 óbitos, enquanto em 2024 foram 36.
Tabela com dados divulgados pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (Foto: ASCOM SES, Reprodução)
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens brasileiros, ficando atrás apenas do de pele não melanoma. A estimativa é de 71 mil novos casos por ano até 2025, o que corresponde a um risco de 67,86 casos para cada 100 mil homens. É também a segunda principal causa de óbitos por câncer na população masculina.
Diagnóstico precoce do câncer de próstata é determinante
O urologista Juliano Duque afirma que o câncer de próstata está, em maioria, ligado a fatores genéticos e étnicos, e que o diagnóstico precoce é fundamental para garantir chances reais de cura.
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— Pessoas negras apresentam maior número de casos, e quem tem dois familiares com histórico de câncer de próstata ou de mama precisa redobrar a atenção — explica o médico.
Segundo ele, os primeiros exames devem ser realizados aos 40 anos para que o paciente conheça o perfil de risco.
— A partir dos 50 anos, a consulta anual é obrigatória. Já os homens com fatores de risco devem iniciar o acompanhamento aos 45 — orienta Duque.
O médico acrescenta que o toque retal continua sendo essencial, mesmo com o avanço de exames laboratoriais e de imagem:
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— Pacientes disciplinados e com resultados estáveis podem eventualmente ser dispensados, mas isso sempre depende da avaliação médica. O toque ainda é o exame mais simples e eficaz para detectar alterações suspeitas.
Homens ainda resistem ao exame
Embora as campanhas de conscientização tenham ampliado o debate sobre a saúde masculina, o médico ressalta que ainda há resistência em procurar o urologista e realizar o exame de toque.
— O preconceito diminuiu muito, mas ainda existe. É preciso reforçar que cuidar da saúde é um ato de coragem e responsabilidade — afirma Duque.
Nos estágios iniciais, a doença costuma evoluir de forma silenciosa e sem sintomas perceptíveis. Quando aparecem, podem incluir dificuldade de urinar, jato urinário fraco, sangue na urina ou no sêmen e dores na região pélvica ou nas costas. O urologista Juliano Duque reforça que muitos pacientes procuram atendimento apenas quando os sinais já estão avançados, o que reduz as chances de sucesso no tratamento.
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Com o diagnóstico precoce, além do sucesso cirúrgico, o paciente pode contar com avanços como a ressonância multiparamétrica, o PET-SCAN e a cirurgia robótica, que reduzem complicações como disfunção erétil e incontinência urinária, afirma o médico.
O especialista alerta, ainda, que o estilo de vida também tem um papel importante na prevenção.
— Dietas ricas em gordura e o sedentarismo aumentam o risco, especialmente quando associados a sobrepeso ou obesidade — explica.
O INCA também destaca que tabagismo, exposição a produtos químicos industriais e histórico familiar também contribuem para o risco. A recomendação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) é que os homens mantenham hábitos saudáveis, com alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, controle do peso e abandono do cigarro.
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Cinco regiões superaram o número de mortos em 2024 (Foto: Banco de imagens)

A estimativa é de 71 mil novos casos por ano até 2025 (Foto: Banco de imagens)

Câncer de próstata é a segunda principal causa de óbitos por câncer na população masculina (Foto: Banco de imagens)

“O preconceito diminuiu muito, mas ainda existe. É preciso reforçar que cuidar da saúde é um ato de coragem e responsabilidade”, diz Juliano Duque (Foto: Banco de imagens)

Diagnóstico precoce é fundamental para garantir chances reais de cura, afirma urologista (Foto: Banco de imagens)

Nos estágios iniciais, a doença costuma evoluir de forma silenciosa e sem sintomas perceptíveis (Foto: Banco de imagens)
Ações do Novembro Azul em Santa Catarina
Neste mês, o Governo de Santa Catarina realiza uma série de atividades de conscientização dentro da campanha Novembro Azul, que busca estimular o autocuidado e o diagnóstico precoce.
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As ações contam com a participação de hospitais vinculados à SES durante o 40º Congresso Brasileiro de Urologia (CBU), realizado em Florianópolis.
O Hospital Governador Celso Ramos promove mutirões de cirurgias menos invasivas, enquanto o Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) realiza atendimentos oncológicos e o Hospital Joana de Gusmão oferece consultas urológicas para meninos de até 15 anos.
O Multi Hospital, localizado no aeroporto da Capital, realiza exames de Antígeno Prostático Específico (PSA) — teste de sangue usado para auxiliar no diagnóstico —, ultrassonografias e biópsias voltadas à população atendida pelo SUS.
Além disso, a SES organiza o encontro virtual Cuidado Integral à Saúde do Homem e do Adolescente, no dia 13 de novembro, com foco na prevenção da violência, promoção da cultura da paz e cuidado integral masculino.
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