O Canadá perdeu o estatuto de país livre de sarampo após registar cerca de 5.100 casos no último ano, anunciaram as autoridades de saúde, que se debatem com crescente ceticismo em relação à vacinação.
A Agência de Saúde Pública do Canadá (ASPC) afirmou em comunicado de imprensa que a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) confirmou a “transmissão sustentada da mesma estirpe do vírus do sarampo” no país ao longo de mais de um ano.
A OPAS declarou o Canadá livre de sarampo em 1998. O país norte-americano, outrora considerado um modelo de campanhas de vacinação, enfrenta desde o início da pandemia um pequeno, mas persistente, movimento antivacinas.
No início de 2025, o Canadá sofreu a sua primeira morte por sarampo das últimas décadas, a de um bebé prematuro.
Os casos têm vindo a aumentar nas províncias de Alberta e Ontário, ambas governadas por partidos conservadores, e entre comunidades religiosas. Estas duas províncias foram responsáveis por 84% de todos os casos de sarampo no país este ano.
De acordo com dados da Agência de Saúde Pública do Canadá (PHAC), a cobertura da primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, papeira e rubéola – VASPR) desceu de 90% em 2019 para 83% em 2023.
A cobertura da segunda dose desceu de 86% para 76% durante o mesmo período.
A ASPC afirmou esta terça-feira que está a “colaborar com a OPAS” e outras organizações “para implementar ações coordenadas com foco na melhoria da cobertura vacinal, no reforço da partilha de dados, na otimização dos esforços gerais de vigilância e no fornecimento de orientações baseadas em provas científicas”.
As autoridades de saúde canadianas acrescentaram que o Canadá poderá voltar a ser considerado um país livre de sarampo assim que a transmissão da estirpe associada ao atual surto for interrompida durante pelo menos 12 meses.