O melanoma cutâneo pode ser definido como um tumor maligno desencadeado pela transformação do melanócito, célula cuja principal função é produzir melanina, pigmento que dá cor à pele, ao cabelo e aos olhos.
Conforme informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o melanoma é o tipo mais grave de câncer de pele devido à alta possibilidade de provocar metástase, a disseminação da doença para outros órgãos.
Regra adotada internacionalmente, o “ABCDE” da pele aponta os sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma. Abaixo, saiba mais informações sobre a norma que ajuda na observação de pintas e manchas.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce proporciona ao paciente melhores resultados no tratamento. São considerados sinais de alerta da doença sintomas como o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares, acompanhada de coceira e descamação.
Alterações em uma pinta já existente, que pode aumentar de tamanho, mudar a cor e forma, passando a apresentar bordas irregulares, também são sintomas que merecem atenção.
O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais.
Apesar da gravidade, o Inca avalia que, nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma. Esse cenário ocorre especialmente com a detecção precoce do tumor por meio da dermatoscopia, exame no qual se usa um aparelho que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu, e a introdução dos novos medicamentos imunoterápicos.
Principais causas
A exposição solar é o principal fator de risco ambiental para desenvolvimento do melanoma, segundo explica o dermatologista Guilherme Holanda, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Ceará (SBD-CE).
O médico alerta que pessoas com pele, olhos e cabelos claros, com maior tendência de se queimar do que se bronzear, pertencem ao grupo com maior risco para o melanoma cutâneo, principalmente quando houve queimaduras solares com formação de bolhas na infância.
Outros fatores de risco são múltiplos nevos melanocíticos ou “sinais” (acima de 50), nevos atípicos ou displásicos (pintas não cancerosas que possuem características anormais), nevo congênito gigante (lesão de pele escura, presente desde o nascimento).
Imunossuprimidos e pessoas com histórico familiar ou pessoal de melanoma também estão mais propícios a desenvolver a doença.
Como usar a regra do ABCDE para o autoexame da pele?

Legenda:
O exame de dermatoscopia é fundamental para a detecção precoce do melanoma.
Foto:
Evgeniy Kalinovskiy / Shutterstock.
O especialista reforça a importância de fazer um autoexame regular da pele para monitorar os sinais ou pintas e o aparecimento de novas lesões. A regra do ABCDE pode ser utilizada como parâmetro para avaliação dos sinais, como exemplifica o dermatologista Guilherme Holanda:
- A: Assimetria — uma metade da lesão é diferente da outra;
- B: Bordas — bordas irregulares ou mal definidas;
- C: Cor — Cor variável (presença de várias cores);
- D: Diâmetro — Geralmente, maior que 6 milímetros;
- E: Evolução — Mudanças observadas na lesão (tamanho, forma, cor, ou sintomas como coceira, dor ou sangramento) ao longo do tempo.
Quando procurar um diagnóstico profissional?
Sempre que notar uma alteração suspeita na pele é indicado procurar um dermatologista. A detecção precoce é o fator mais importante para a cura do melanoma.
Tratamento
Segundo o Inca, a cirurgia é o tratamento mais indicado para a doença. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer.
“O melanoma, hoje, é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso terapêutico. A estratégia de tratamento para a doença avançada deve ter como objetivo postergar a evolução da doença, oferecendo chance de sobrevida mais longa a pacientes que anteriormente tinham um prognóstico bastante reservado”, diz artigo do Instituto.
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Como fazer a prevenção da doença?
A prevenção do melanoma se concentra especialmente na proteção contra a radiação ultravioleta (UV), que é o principal fator de risco, e na detecção precoce de qualquer lesão suspeita.
Algumas medidas que podem ser adotadas:
Proteção solar diária
- Evitar os horários de pico, entre 8h e 16h, quando os raios UV são mais intensos;
- Usar filtro solar: aplicar um produto de amplo espectro (proteção contra raios UVA e UVB) e com fator de proteção solar (FPS) mínimo de 30;
- Roupas de proteção UV: usar roupas que cubram a maior parte do corpo, optando, se possível, por tecidos com Fator de Proteção Ultravioleta (FPU).
Evitar bronzeamento artificial
As câmaras de bronzeamento, proibidas no Brasil desde 2009, aumentam o risco de melanoma e devem ser totalmente evitadas, pois emitem radiação UV intensa, adverte o dermatologista Guilherme Holanda.
Detecção precoce
Para se prevenir da doença, é recomendado o autoexame regular da pele e consulta regular ao dermatologista.