As convenções de um gênero como o suspense são reconhecíveis e amplamente replicadas. Mas existem autores muito distintos que alteram a atmosfera, o tom, a abordagem ou até mesmo a mensagem a ponto de se tornarem referências por si só. Kathryn Bigelow se encaixa nessa categoria justamente porque é capaz de modificar todas essas áreas.
Ninguém escapará desta explosão
Em seu trabalho mais recente, Casa de Dinamite, vemos os Estados Unidos confrontados com a ameaça inesperada de um míssil nuclear de origem desconhecida, que coloca em risco diversas áreas críticas. Da Casa Branca ao Pentágono, inicia-se uma corrida contra o tempo para neutralizar o perigo, identificar o atacante e determinar as medidas retaliatórias adequadas.
Casa de Dinamite e o que fazer diante do inevitável
Marcada por esse sinistro panorama, Bigelow emprega suas técnicas de suspense quase documentais para mostrar como a resposta se desenrolaria em caso de um ataque nuclear surpresa em solo americano.
Os primeiros 30 ou 40 minutos, onde todo o conflito é apresentado, são um exercício magistral de tensão que te manterá na ponta do sofá o tempo todo. O problema surge quando a ação recomeça algumas vezes para explorar outras perspectivas que, na realidade, são essencialmente repetições da mesma coisa.

A maior novidade reside na análise da tomada de decisões, no reconhecimento da inevitabilidade da catástrofe e em atores talentosos como Rebecca Ferguson, Jason Clarke, Tracy Letts e Idris Elba. O problema é que parece que o mesmo efeito poderia ter sido alcançado apresentando tudo de forma linear, abandonando um formato que cria mais obstáculos do que enriquece a história e eliminando algumas subtramas envolvendo personagens secundários para torná-la mais dinâmica.
Isso teria permitido um final mais eficaz, ainda que potencialmente controverso, com implicações e questões interessantes. Casa de Dinamite já está na Netflix.
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