Um motorista da Uber estava nesta terça-feira a transportar uma mulher grávida, para o hospital São Francisco Xavier, quando, “a meio da viagem”, a mulher gritou “vai nascer”. Acabou por ser ali, segundo o que contou o motorista ao Correio da Manhã, que a mulher deu à luz um menino. A mãe, segundo o mesmo relato, tinha estado no hospital antes e tinha recebido alta. O diretor de obstetrícia do hospital, ao início desta tarde, defendeu que não houve qualquer má prática médica, justificando o que aconteceu com a imprevisibilidade típica destas situações.
“É interessante que, por muitos partos que tenha feito, e já fiz mais de 15.000, continuo a não conseguir adivinhar a que horas um bebé vai nascer”, afirmou Fernando Cirurgião, diretor da obstetrícia do São Francisco Xavier, à reportagem da RTP, ao início da tarde. A grávida era da área de referência do Amadora-Sintra mas, por este estar encerrado para partos, foi encaminhada para o São Francisco Xavier pela linha Saúde24.
O motorista, Henrique Mota, diz que, ao ouvir o grito da mulher, ficou “apreensivo”: “e, de repente, oiço chorar”. A mulher terá estado no hospital pouco tempo antes, cerca de meia hora, mas deram-lhe alta. Mal chegou a casa, acabou por decidir voltar ao hospital, acompanhada pelo marido e pela irmã, mas numa altura em que já teria tido início o trabalho de parto.
Fernando Cirurgião confirma que a mulher, com 37 anos e que teve agora o seu quarto filho, tinha estado no hospital, fez CTG e foi analisada ao longo de várias horas mas, no final, foi-lhe recomendado que voltasse para casa porque se considerou que as dores que tinha não seriam de trabalho de parto. O facto de a grávida morar a 10 minutos do hospital contribuiu para a decisão, diz o médico, que acrescenta que ela “voltou para casa, subiu três andares para casa, desceu três andares” e acabou por chamar um meio de transporte para a levar de volta ao hospital.
O responsável diz que não seria “uma boa prática obstétrica” pedir à mulher que tivesse ficado “preventivamente deitada” no hospital, porque geralmente existe tempo para que o trabalho de parto se inicie de forma que permite um regresso oportuno ao hospital. “Estes partos vão continuar a acontecer, os trabalhos de parte precipitados existem, é verdade que, de vez em quando, temos estas situações“, salientou o clínico.
Para o motorista, este “foi um grande susto, mas tentei manter a calma e chegar o mais rapidamente possível ao hospital”. O Correio da Manhã acrescenta que, segundo o que foi dito pelo motorista, os pais disseram que vão dar o seu nome ao filho.