Perante as flutuações de energia que o impediam de estudar, um aluno do 11.º ano decidiu usar o que aprendeu na escola e gerar eletricidade, recorrendo a limão e cebola.
Aluno da Escola Secundária de Ribáué, a mais de 140 quilómetros da capital provincial, Nampula, no norte de Moçambique, Faife decidiu contornar um problema real com conhecimento que adquiriu na escola.
Conforme contou, a revisão do material de estudo ou a realização dos trabalhos de casa eram dificultados, “quase todas noites”, por cortes de energia.
Foi então que pensei: porque não usar o que aprendo na escola para resolver um problema real?
Recorrendo a apenas fios de cobre e alumínio, o aluno do 11.º ano construiu um circuito simples capaz de gerar eletricidade a partir da reação química entre o ácido cítrico do limão e as substâncias presentes na cebola.
Este engenho resultou em luz suficiente para iluminar o seu quarto e permitir que ele continuasse a estudar.
Também conhecida como bateria eletroquímica caseira, esta experiência gera uma pequena tensão, suficiente para alimentar uma pequena lâmpada LED, por exemplo.
Jovem sonha em levar energia a mais casas
Apesar de servir apenas para iluminá-lo, com uma produção limitada de energia, Faife contou que sonha “em melhorar o sistema para poder, também, alimentar pequenos aparelhos elétricos, como rádios e carregadores de telemóveis”.
Além disso, o jovem pensa em expandir o projeto para beneficiar comunidades que ainda vivem sem eletricidade, especialmente nas áreas mais remotas da sua província.
Há muitos lugares que vivem na escuridão. Gostaria que a minha ideia ajudasse essas pessoas a ter luz e melhorar as suas condições de vida.
Contou, à Lusa, dizendo que, “se tivesse apoio, poderia testar novos materiais, melhorar o sistema e até criar um protótipo mais durável e resistente”.
Quero mostrar que não é preciso muito para mudar algo. Às vezes, basta acreditar, tentar e não desistir.

