Mathias Corvinus Collegium

Pedro Frazão, deputado do Chega

“O Chega, com aliados como vós, está aqui para lembrar a todos”… Esta mensagem foi mesmo a título pessoal?

Ao longo da semana passada, dezenas de extremistas aterraram no Porto, provenientes de outros países. Muitos a caminho de um festival de música organizado por neonazis, outros rumo a um congresso do Reconquista. Ambos na Maia.

O Reconquista, movimento de extrema-direita, realizou o seu terceiro congresso no sábado passado.

Durante o evento, passou uma mensagem de vídeo de Pedro Frazão, deputado e vice-presidente do Chega, que descreveu o Reconquista como “aliado” do Chega e que salientou que a cultura, as famílias e a identidade cristã portuguesas devem ser defendidas.

Na segunda-feira, André Ventura assegurou que aquela mensagem de Frazão não foi em nome do Chega: “O Chega não esteve presente naquele movimento. O Chega tem uma identidade própria e tem uma força própria, que é indiscutível e que todo o país sabe sobre estes assuntos qual é“.

“O deputado Pedro Frazão enviou um vídeo de saudação a um movimento, como faz para centenas de outros movimentos. E não esteve presente enquanto vice-presidente do Chega, não o enviou como vice-presidente do Chega – enviou a título pessoal”, reforçou o presidente do partido, em conferência de imprensa.

Ou o Expresso passou mal a mensagem do vídeo, ou André Ventura leu mal o que Pedro Frazão disse.

“O Chega, com aliados como vós, está aqui para lembrar a todos que a defesa de Portugal passa também pela defesa da nossa cultura, das nossas famílias e da nossa identidade cristã portuguesa”.

O deputado disse: “O Chega (…) está aqui”. Destacando que o Reconquista é um aliado…do Chega.

Além disso, logo no início do vídeo, Pedro Frazão até fala de um “enorme orgulho” por enviar aquela mensagem ao Reconquista, “uma das casas da direita cristã patriótica em Portugal”.

Mulheres “caladas”

O Reconquista, entre outros princípios, defende a expulsão forçada de imigrantes e é contra os direitos LGBTQ+.

O seu líder, Afonso Gonçalves, já disse que os homens são mais inteligentes do que as mulheres, ou que “uma mulher que não chegue virgem ao casamento não tem qualquer valor enquanto esposa”.

“As mulheres não deviam votar ou ter a mínima influência/voz política e social. Deviam simplesmente estar caladas e obedecer ao homem mais velho que têm na sua vida”, considera.

Sobre a imigração, em Março deste ano invadiu a varanda de um prédio para falar directamente para imigrantes, dizendo que deviam todos voltar para o país onde nasceram. “Muitos de vocês estão envolvidos em actividades muito criminosas“, atirou Afonso, dirigindo-se a quem passava na rua.

No ano passado, o Reconquista organizou em Lisboa a “grande marcha pela remigração”, que contou com 30 pessoas.


Nuno Teixeira da Silva, ZAP //


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