As recentes descidas da EURIBOR estão a transformar o mercado de crédito à habitação em Portugal, influenciando diretamente as escolhas dos consumidores e as estratégias de financiamento. Em outubro de 2025, a taxa variável ganhou relevância, representando 31,3% das novas contratações, um crescimento expressivo face ao ano anterior, refletindo a expectativa de novas quedas dos juros nos próximos meses.
Apesar de a EURIBOR a 12 meses continuar dominante nos contratos, perdeu algum peso em outubro, enquanto a EURIBOR a 6 meses subiu para 42,2%, demonstrando maior confiança dos mutuários na tendência descendente das taxas e incentivando uma reavaliação das opções de financiamento.
O impacto desta reconfiguração do mercado é visível não só na escolha das taxas, mas também na dinâmica de negociações e transferências de crédito, com cada vez mais famílias a procurar renegociar condições bancárias e a aproveitar as previsões favoráveis da EURIBOR para reduzir a prestação mensal do empréstimo.
Segundo Pedro Castro, Head of Operations do ComparaJá, “As descidas da EURIBOR estão a provocar uma mudança clara nas decisões dos consumidores. Muitos portugueses estão a rever as suas opções de crédito, comparando propostas entre bancos e optando por soluções que permitam poupar ao longo do tempo. Esta atenção ao detalhe traduz-se em decisões mais informadas e em maior controlo sobre o custo total do crédito.”
O contexto económico e a política monetária do BCE estão a tornar as famílias mais estratégicas na escolha do crédito habitação, priorizando flexibilidade, comparação entre propostas e redução do custo total do empréstimo. Este cenário reforça a importância de análise cuidadosa antes de contratar ou transferir crédito, considerando não só o valor das prestações mensais, mas também o custo global ao longo do prazo.

Olhando para os próximos meses, a evolução da EURIBOR continuará a ditar o ritmo das decisões no crédito habitação. Caso o ciclo de descidas se mantenha, é expectável que mais consumidores migrem para soluções de taxa variável ou renegociem contratos existentes para aliviar encargos.
Ao mesmo tempo, os bancos poderão ajustar as suas ofertas para responder a um mercado mais sensível às oscilações das taxas de juro. Num cenário ainda marcado por incerteza económica, a capacidade de acompanhar o mercado, e comparar devidamente cada proposta, será determinante para garantir escolhas financeiras mais sólidas, seguras e sustentáveis no futuro.