Roberto Sallouti e André Esteves, cofundadores do Inteli
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O Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli) celebra, em 2025, um momento histórico: a formatura de sua primeira turma. Mais do que um rito de passagem, o evento marca o início de uma nova etapa na educação tecnológica brasileira — uma revolução “hands-on” que aposta no aprendizado por projetos, na integração entre áreas e na formação de líderes capazes de unir inovação e impacto social.
Fundado em 2019 pelos empresários André Esteves e Roberto Sallouti, o Inteli nasceu com a ambição de criar uma instituição de padrão global, mas com DNA brasileiro. Inspirado em modelos como o MIT e a Olin College, o instituto desenvolveu uma metodologia própria, adaptada à realidade do país e centrada na prática: os alunos aprendem resolvendo desafios reais do mercado, em parceria com empresas e organizações.
Os resultados dessa aposta são expressivos. Entre os 138 formandos da primeira turma, 96% já estão empregados, empreendendo ou em pesquisa acadêmica. Startups criadas por estudantes da instituição já atraíram investimentos de fundos como Stamina Ventures, Latitud e Caravela. Em entrevista à Forbes Brasil, Roberto Sallouti reflete sobre o impacto do modelo e o papel do Inteli na construção de uma nova geração de líderes tecnológicos comprometidos com a inovação e o desenvolvimento social.
Forbes Brasil – A primeira turma do Inteli marca um momento simbólico na história da instituição. Por que ela é tão emblemática?
Roberto Sallouti – A primeira turma é a tangibilização de um sonho. Quando idealizamos o projeto, imaginávamos o dia em que veríamos os alunos se formando e seguindo seus caminhos. Atrair, educar e vê-los concluindo o ciclo é o momento em que o projeto ganha vida.
“O mercado precisa de profissionais completos, com hard e soft skills. Nossos alunos aprendem tecnologia, negócios e liderança desde cedo, prontos para enfrentar desafios reais — algo ainda mais relevante na era da inteligência artificial”
FB – Você mencionou que o sucesso virá quando os doadores não forem mais necessários. O que isso significa?
Sallouti – Ainda não atingimos o break-even, mas estamos a caminho. A ideia é que, no futuro, os próprios ex-alunos sustentem o projeto, especialmente o programa de bolsas. Quando quem idealizou o Inteli não for mais necessário, e a sociedade e os ex-alunos assumirem esse papel, teremos cumprido nossa missão.
FB – Essa cultura de retribuir já está presente entre os alunos?
Sallouti – Sim, e é impressionante. Muitos dizem que querem ter o nome no painel de doadores. Um deles resumiu bem: “quando você sobe na vida, tem a obrigação de mandar o elevador para baixo”. Isso mostra que o propósito foi absorvido.
FB – A combinação entre tecnologia e negócios é uma marca da metodologia. Por que essa escolha?
Sallouti – O mercado precisa de profissionais completos, com hard e soft skills. Nossos alunos aprendem tecnologia, negócios e liderança desde cedo, prontos para enfrentar desafios reais — algo ainda mais relevante na era da inteligência artificial.
“Estamos avaliando expandir o currículo para outras engenharias integradas com tecnologia e ampliar o programa de bolsas e os cursos executivos. Queremos que o Inteli seja um polo permanente de inovação, liderança e transformação”
FB – Como tem sido a conexão com o mercado e o ecossistema de inovação?
Sallouti – Excelente. O Inteli está inserido no IPT Open, em parceria com a USP, e isso fortalece o ecossistema. Nossa presença atrai empresas e iniciativas — o Google, por exemplo, manifestou interesse em construir seu prédio de engenharia na região.
FB – Quais são os próximos passos do Inteli?
Sallouti – Estamos avaliando expandir o currículo para outras engenharias integradas com tecnologia e ampliar o programa de bolsas e os cursos executivos. Queremos que o Inteli seja um polo permanente de inovação, liderança e transformação.
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