Depois de anos votado ao abandono, o segmento dos pequenos citadinos volta a dar que falar — e ainda poderá dar ainda mais, dependendo dos planos europeus sobre a criação de regras específicas para um automóvel pequeno europeu e eléctrico — com a multiplicação de ofertas. Desta feita foi a Renault, que recuperou o seu citadino Twingo e criou uma solução urbana, apenas de mecânica 100% eléctrica, que tem entre os seus objectivos ser tão funcional quanto um utilitário (e até dar cartas como pequeno familiar).

Por fora, a versão de produção do Twingo E-Tech manteve vários dos elementos que tinham brilhado no protótipo, nomeadamente as dimensões pequenas, os faróis dianteiros redondos, sublinhados por uma espécie de sobrancelha, e que se inspiram no original de 1993, assim como a silhueta que parece sair dessa versão. Só que as linhas surgem com traços ainda mais suavizados.

A ideia, explica a Renault, passou por aproveitar um design icónico e imediatamente reconhecível, mas adaptá-lo aos gostos actuais. E, pelo caminho, criar um automóvel pequeno, mas “excepcionalmente espaçoso e modular”, que, apesar dos quatro lugares, não abdica das cinco portas, nem da versatilidade, ao apresentar os dois bancos traseiros deslizantes independentes de série e um encosto rebatível no banco do passageiro da frente. E, mesmo com quatro pessoas no automóvel, a capacidade da mala consegue impressionar, podendo atingir os 360 litros, um valor mais comum num ligeiro de maiores dimensões.

Também em termos de conectividade, a Renault garante não ter cedido a compromissos, equipando o Twingo E-Tech com sistemas de assistência à condução normalmente encontrados em modelos de gama superior, bem como com o sistema multimédia OpenR Link com Google integrado.

Já em termos de mecânica, a vertente urbana é assumida. O motor eléctrico gera 60 kW (82cv), sendo alimentado por uma bateria de iões de lítio LFP (fosfato de ferro-lítio), com capacidade de 27,5 kWh (úteis), a restringir a autonomia a 263 quilómetros. Ainda assim, a marca francesa ressalta o facto de esta opção permitir baixar o custo do veículo, além de calcular ser a autonomia ideal para quem se move sobretudo na cidade. Além do mais, os carregamentos rápidos, a até 50 kW, são possíveis, o que faz com que se recupere até 80% da bateria em menos de meia hora.

O lançamento do Twingo E-Tech está previsto para o decorrer do próximo ano, não havendo ainda preços. No entanto, a Renault pretende colocar o Twingo num patamar abaixo dos 20 mil euros.