Depois do insucesso da eleição de Margarida Mano, foi convocada para a noite desta quarta-feira uma reunião da Comissão Política do PSD de Lisboa “para analisar o resultado da eleição para a Assembleia Municipal de Lisboa”, revelou ao Observador Luís Newton, presidente da concelhia social-democrata.

Na primeira reação à derrota da candidatura do PSD à mesa da AML, Luís Newton disse na terça-feira ao Observador que tinha de “ir fazer contas” para compreender o que esteve por trás do insucesso na eleição. Isto porque a candidatura encabeçada por Margarida Mano apenas teve 31 votos, quando PSD, CDS e IL têm um total de 32 deputados municipais. “Parece-me claro que houve uma união da esquerda para subverter o resultado eleitoral, mas é preciso fazer uma análise dos votos à direita“, disse Newton, depois da tomada de posse dos órgãos municipais.

A convocação desta reunião extraordinária parece dar força à ideia que, dentro do PSD, há quem suspeite que o insucesso da eleição de Margarida Mano se deveu à falta de votos de sociais-democratas e não dos votos dos deputados do Chega. Ao contrário do que fizeram as bancadas da IL e do CDS, Luís Newton não garantiu que todos os deputados do PSD tenham votado em Mano nem atribuiu a responsabilidade da derrota ao Chega.

Mesmo tendo perdido as eleições em Lisboa, o PS conseguiu garantir a continuidade na presidência da AML com André Moz Caldas a ser eleito para o cargo. Com um acordo com a CDU conseguido à última da hora, os socialistas garantiram os 37 votos de todos os deputados municipais de esquerda. Isto não seria suficiente se, por sua vez, os partidos da coligação de Carlos Moedas (32 deputados) cumprissem a sua parte e se tivessem unido ao Chega (6) — nesse caso, garantiriam uma maioria de 38 votos. A candidatura do PSD acabou por apenas ter 31 votos, tendo havido ainda duas abstenções e cinco votos nulos.