As autoridades da Guiné iniciaram oficialmente, na terça-feira, a produção em Simandou, um gigantesco projeto de mineração que esperam que impulsione o país pobre da África Ocidental para o grupo dos maiores exportadores de ferro do mundo. O lançamento tão aguardado ocorreu em uma cerimônia que contou com a presença do chefe da junta militar da Guiné, o general Mamady Doumbouya, ao sul de Conacri, no porto de Morebaya, por onde o minério será embarcado.
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Doumbouya, que chegou ao poder em um golpe de Estado em 2021, declarou o dia feriado nacional, um sinal da importância que as autoridades atribuem à mina. Dos quatro depósitos de mineração de Simandou, dois estão sendo desenvolvidos pelo grupo sino-singapuriano Winning Consortium Simandou (WCS) e os outros dois pela SimFer, um consórcio pertencente à Rio Tinto e à gigante chinesa Chinalco.
Idealmente, o projeto proporcionará uma fonte de receita muito necessária para o país e já resultou na construção de infraestrutura que poderá ajudar a diversificar a economia. Os parceiros industriais investiram aproximadamente US$ 20 bilhões (cerca de R$ 105 bilhões) na construção de mais de 650km de ferrovias e um porto gigantesco.
O projeto Simandou representa ainda vários milhares de empregos diretos. Doumbouya, que vestia uma túnica boubou branca e não discursou na cerimônia, agora pode se gabar de finalmente ter levado o projeto à conclusão. O homem forte está concorrendo à presidência nas eleições do país em 28 de dezembro, apesar de inicialmente ter prometido restaurar o governo ao regime civil.