Saber que o produto que se está a comprar respeita, de forma integral, aquilo que o rótulo anuncia é a base da relação de confiança entre uma empresa e os seus consumidores e, no caso do Pingo Doce, esse compromisso foi, num exemplo até raro na Europa, levado mais longe.

Em 2021, o grupo Jerónimo Martins, ao qual o Pingo Doce pertence, investiu num laboratório de Biologia Molecular, que lhe permite identificar, através do ADN, as espécies animais e vegetais presentes nos produtos das suas marcas próprias, confirmando a composição real que consta dos rótulos.

Na prática, trata-se de um procedimento adicional a que a marca sujeita os seus produtos, de forma a reforçar os seus já rigorosos padrões de qualidade. Assim, o Pingo Doce assegura aos seus clientes que os produtos das suas marcas próprias e dos perecíveis (frescos e comida pronta) passaram os mais apertados critérios de qualidade e segurança.





Luis Silveira e Castro

Mas e como é que funciona este laboratório na prática?

A origem real de um produto alimentar só pode ser confirmada em laboratório, ao executarem-se testes de PCR e sequenciação baseados em ADN​. Para tal, o laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce está apto a ler sequências de material genético recorrendo a avançadas tecnologias que lhe permitem identificar todos os ingredientes presentes num determinado produto alimentar.

Assim, imagine-se o caso de uma pizza congelada: o primeiro passo é tirar uma porção demonstrativa da amostra (no caso, poderá ser uma grande quantidade de fiambre). Depois, os pedaços de fiambre são misturados para formarem uma pasta homogénea a partir da qual se extrai uma porção. O ADN é, então, extraído da amostra, copiado milhões de vezes utilizando-se a técnica de PCR e, no fim, é processado por um dispositivo que faz a leitura das sequências de ADN. “A comparação com uma base de dados permite identificar as várias espécies animais e/ou vegetais que estão nos alimentos”, como explicou a Jerónimo Martins na sua revista, em 2022.

O laboratório de Biologia Molecular, que está localizado nos arredores de Lisboa, está apto a identificar mais de 100 mil espécies que possam estar presentes nos produtos, estando também acreditado pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC), o que acaba por garantir a imparcialidade e a independência dos resultados obtidos.

Única empresa de retalho alimentar que testa o ADN dos ingredientes dos produtos de marca própria

O laboratório de Biologia Molecular do Pingo Doce, o primeiro do género detido por uma empresa privada de distribuição e um investimento inédito na Europa, foi inaugurado em 2021, em plena pandemia de COVID-19. “Com a pressão para se identificarem novos fornecedores e se reporem stocks, os desafios em termos de segurança e autenticidade alimentar tornaram-se muito mais exigentes a nível global”, contextualizou, na altura, a Jerónimo Martins.


8 mil
Desde a inauguração do laboratório de Biologia Molecular, o Pingo Doce já realizou mais de oito mil análises de ADN em mais de sete mil produtos



No entanto, apesar de este laboratório estar apto a identificar casos de fraude alimentar (que poderá ser, por exemplo, o acto deliberado de substituição total ou parcial de espécies de elevado valor por outras de menor valor), a aposta do Pingo Doce de ter um laboratório de Biologia Molecular contribui para reforçar a segurança e a qualidade alimentar em todo o sector.

“Mais do que uma resposta a casos de fraude alimentar, que na verdade até agora não temos registado, a realização dos testes de ADN tem contribuído para trazer mais rigor a toda a cadeia alimentar, uma vez que este processo contribui para sensibilizar os nossos fornecedores para a utilização de ingredientes de alta qualidade, para que respeitem aquilo que está acordado e também para que adoptem as melhores práticas, para evitar, por exemplo, contaminações cruzadas nas linhas de produção”, sublinha Carlos Santos, Director Global da Qualidade Marcas Próprias.

Aliás, continua o mesmo responsável, “numa eventual situação de fraude alimentar que possa surgir, até mesmo a nível internacional, ter um laboratório próprio vai permitir uma maior rapidez na resposta à situação, porque temos o total controlo do que queremos testar, nos prazos em que o precisamos de testar”, explica o responsável.

“A realização dos testes de ADN tem contribuído para trazer mais rigor a toda a cadeia alimentar”



Carlos Santos, Director Global da Qualidade Marcas Próprias