O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou esta quinta-feira o lançamento de uma operação militar contra os “narcoterroristas do nosso hemisfério”, horas depois de mais um ataque norte-americano contra uma alegada embarcação de tráfico de droga.
“Hoje anuncio a operação Lança do Sul, que elimina os narcoterroristas do nosso hemisfério e protege a nossa pátria das drogas que estão a matar o nosso povo. O hemisfério ocidental é a vizinhança dos Estados Unidos e iremos protegê-lo”, afirmou Hegseth na rede social X, salientando que “o Presidente Donald Trump deu ordem para agir e o Departamento de Guerra [designação utilizada pela actual Administração norte-americana para se referir ao Pentágono] está a cumprir”.
Poucas horas antes das declarações de Hegseth, os EUA tinham levado a cabo o 20.º ataque nas águas das Caraíbas contra uma embarcação que, alegadamente, transportava drogas com destino aos Estados Unidos e que deixou quatro mortos, confirmou uma fonte do Pentágono à cadeia de televisão CBS e, posteriormente, à CNN.
“O ataque ocorreu nas Caraíbas e e quatro narcoterroristas foram mortos, não houve sobreviventes”, afirmou a mesma fonte.
O anúncio de Hegseth surge três dias depois da chegada do porta-aviões Gerald Ford, o maior do mundo e o mais moderno da frota norte-americana, à área de responsabilidade do Comando Sul dos Estados Unidos na América Latina e no Caribe. O navio e o seu respectivo grupo de escolta juntaram-se à flotilha já destacada em águas internacionais, junto ao limite das águas territoriais da Venezuela.
Os ataques dos EUA contra embarcações suspeitas de tráfico de droga no Caribe e ao largo das costas do Pacífico da América Latina já causaram pelo menos 79 mortes. A Administração do Presidente Donald Trump classifica os alvos como terroristas do narcotráfico responsáveis por milhares de mortes nos Estados Unidos, sem apresentar provas.
Até agora, o Governo norte-americano não explicou publicamente a justificação legal para a decisão de atacar as embarcações e, na quarta-feira, o secretário de Estado, Marco Rubio, rebateu as críticas de alguns aliados dos EUA sobre a legalidade dos ataques, afirmando que os europeus não podem ditar a forma como Washington defende a sua segurança nacional.