KCNA

O Global Firepower divulgou a edição de 2025 do seu PowerIndex, um índice que avalia o poderio militar de 145 países em todo o mundo. Sem surpresas, a lista é encabeçada por EUA, Rússia e China, mas há pequenos países que inesperadamente entram no Top 20 — e alguns “tigres de papel”.
A edição de 2025 do PowerIndex, ranking que classifica a força militar de países de todo o mundo, coloca Portugal, com um índice de 0,6856, na 39.º posição, numa lista de 145 países, encabeçada pelos Estados Unidos (0,0744).
Rússia e China, ambos com um índice de 0,078, partilham este ano a segunda posição do PowerIndex. O quarto país mais poderoso do mundo, de acordo com o Global Firepower (GFP), é a Índia, com um índice de 0,1184, seguida da Coreia do Sul (0,1656).
Naturalmente, nenhum país tem o ranking perfeito de 0,0000, e o índice não contempla países como a Islândia e a Costa Rica, que optaram por nem sequer ter forças armadas.
A classificação do GFP baseia-se em mais de 60 fatores distintos, incluindo a quantidade e qualidade das unidades militares, orçamentos de defesa, capacidade logística, geografia, e disponibilidade de recursos naturais como petróleo e carvão, essenciais para a sustentação de operações militares significativas.
A avaliação foca-se exclusivamente no poder militar convencional, comparando fatores como efetivos, equipamentos, recursos financeiros e acesso a materiais estratégicos, não tendo em conta capacidades nucleares — que, oficialmente, apenas 9 países no mundo reconhecem ter.
O modelo criado pelo GFP permite que países tecnologicamente avançados, mas de menor dimensão, possam competir com nações maiores e menos desenvolvidas, através de uma fórmula própria que aplica bónus e penalizações para aferir o que é o real poderio militar de uma nação.
Se é sem surpresa que o índice é encabeçado pelas três super-potências militares do planeta, há países que aparecem inesperadamente nas posições cimeiras da lista, e alguns outros que são, como dizia Mao Sedong, apenas zhilaohu: “tigres de papel” que parecem fortes mas são afinal fracos ou inofensivos.
Há inimigos de longa data que têm aparentemente poderio militar equivalente, mas também países que são verdadeiros Davides contra Golias.
Há apenas 3 países europeus nas 10 primeiras posições: Reino Unido (5º posição, com um índice de 0,1785), França (7.ª, 0,1878) e Itália (10ª, 0,2164). E ainda a Turquia, que tem um pé na Europa: 9ª posição, 0,1902. O Japão, com um índice de 0,1839, completa o TOP 10 do índice.
A primeira surpresa é a posição da Coreia do Norte: apesar do seu poderio nuclear, está apenas na 34.ª posição, com um índice de 0,6016. O sudeste da Ásia é um barril de pólvora, e não surpreende que China, Coreia do Sul e Japão estejam no topo da lista; mas a Coreia do Norte, aparentemente, é um tigre de papel.
Entre os ferozes inimigos que se equivalem em poderio militar há os casos de Israel e Irão, na 15ª e 16ª posições, mas com índices um pouco diferentes: 0,2661 e 0,3048 respetivamente.
A Ucrânia, na 20.ª posição (0,3755) é um exemplo de David contra Golias: está em guerra há mais de três anos contra a Rússia, que partilha o 2.º posto com a China. Esta última é o Golias de Taiwan, listado na 22ª posição (0,3988).
Outra zona em conflito latente é o Hindustão, onde a Índia, quarto país mais poderoso do Mundo, disputa a Caxemira com o Paquistão, 12.º na lista, com um índice de 0,2513. Mas como se viu recentemente, de vez em quando acontece que David dá uma ensaboadela a Golias…
Naturalmente, nem sempre s países mal posicionados no PowerIndex estão propriamente indefesos; a sua capacidade militar tem, em muitos casos, que ser avaliada à luz das alianças militares ou políticas de que fazem parte.
Para podermos avaliar esse fator, o Global Firepower tem, entre outras funcionalidades, o Coalitions Builder, que nos permite comparar o poderio militar agregado de duas alianças com até 7 países cada.
Apesar do seu alcance abrangente, o índice GFP tem sido alvo de críticas por parte de especialistas em defesa, que alertam para o seu valor limitado, em particular devido ao caráter sigiloso das operações militares e à complexidade da guerra moderna, nota o Business Insider.
Ainda assim, esta classificação anual oferece uma perspetiva interessante, embora não definitiva, de como os países se comparam em termos de poder militar convencional.