A Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia anunciaram na quinta-feira que vão financiar um novo pacote de 500 milhões de dólares (430 milhões de euros) em equipamento militar e munições para a Ucrânia, adquirido aos Estados Unidos.
Em comunicado, Rutte saudou o anúncio, salientando que “os aliados nórdicos e bálticos estão a mobilizar-se para financiar um novo pacote de equipamento militar essencial para a Ucrânia”.
“Este equipamento é extremamente importante agora que a Ucrânia está a entrar nos meses de inverno, e os fornecimentos através da PURL [Lista de Necessidades Prioritárias da Ucrânia] estão a chegar ao país. Os aliados da NATO continuarão a fornecer equipamento e abastecimentos essenciais”, afirmou o político neerlandês.
O anúncio surgiu na sequência do acordo assinado por Rutte e Trump na Casa Branca, a 14 de julho, pelo qual os aliados europeus e o Canadá contribuirão para o financiamento de pacotes regulares de ajuda militar à Ucrânia, cada um no valor aproximado de 500 milhões de dólares.
Estes pacotes conterão equipamento e munições identificados pela Ucrânia como “prioridades operacionais” e incluirão capacidades que os Estados Unidos podem fornecer em quantidades superiores às da Europa e Canadá.
Na última cimeira da NATO em Haia, os líderes aliados concordaram que a responsabilidade partilhada pelo apoio à Ucrânia deveria ser distribuída de forma mais equitativa.
Anteriormente, já tinham sido disponibilizados quatro pacotes – um pelos Países Baixos; outro por Dinamarca, Noruega e Suécia; outro pela Alemanha; e um quarto pelo Canadá – elevando o valor total das contribuições para 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,7 mil milhões de euros).
A NATO irá coordenar a entrega dos pacotes, através do comando estabelecido em Wiesbaden, na Alemanha, para disponibilizar equipamento e treino militar à Ucrânia.
Trabalhando em estreita colaboração com a Ucrânia e os Estados Unidos, o Comandante Supremo Aliado na Europa (SACEUR), Alexus Grynkewich, validará os pacotes que atendem às necessidades da Ucrânia, tais como defesa aérea, munições e outros equipamentos críticos, para entrega rápida a partir dos stocks dos EUA.
A PURL complementa outras iniciativas em curso para apoiar a Ucrânia, como a NSATU, o Fundo Fiduciário da NATO para Kiev e o Pacote de Assistência Abrangente (CAP), bem como uma vasta gama de medidas bilaterais por parte dos aliados e países parceiros.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia – além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.
Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.