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Um passeio de famosos, agora turistas e estudantes. Como está a primeira morada da Antena 1?
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Um passeio de famosos, agora turistas e estudantes. Como está a primeira morada da Antena 1?

  • 4 Agosto 2025

“O Mar Morto ainda era vivo quando você nasceu”: foi desta forma abrutalhada, mas amigável que um homem terminou a apresentação de Maria de Lurdes Melo, de 78 anos, chamada pelo nome à varanda. Desce à rua para uma primeira conversa e depois convida a Antena 1 a subir a sua casa. Apresenta as duas companhias diárias.

“Se eu estiver sem fazer mais nada, sento-me aqui no sofá e vejo a televisão”, mas “se estiver na cozinha a fazer o comer, tiro-lhe o som e acendo o rádio”, explica na sala.



O pequeno aparelho preto elétrico e a pilhas que tem debaixo da televisão é utilizado com regularidade – mais do que nos dias normais, recorda que o rádio “foi a safa” no dia 28 de abril de 2025, dia do apagão.


Aquele mesmo rádio tornou-se num posto de informação para ela e para os vizinhos, “íamos falando uns com os outros” nesse dia. 

 Este rádio é uma das companhias na sala de Maria de Lurdes Melo

Mais de 50 anos antes (51 para ser mais preciso), o bairro da Madragoa também se uniu pela rádio, levando a que Lurdes e outros vizinhos, de certa forma, fizessem parte da revolução, da história da democracia e da rádio pública.


“Quando foi o 25 de abril, fomos lá para dentro”, conta, pois “a Emissora Nacional foi ocupada e nós todos aqui do bairro fomos fazer companhia aos soldados durante a noite”.

 Maria de Lurdes Melo é a única moradora do prédio onde vive, entregue a alojamento local, e paga de renda 110 eurosO tanque com vista para o pátio da Emissora

A revolução que passou pela Rua do Quelhas como um dos pontos do 25 de abril está na memória dos mais antigos e talvez na dos mais curiosos pela história. A simbologia desta artéria da cidade na rádio portuguesa resume-se a uma discreta placa na calçada, junto aos degraus do número 2, que assinala a ocupação do edifício por uma força do Campo de Tiro da Serra da Carregueira.

Hoje essa memória vai desvanecendo, tendo em conta a população que vai saindo e envelhecendo, num bairro onde também vários restaurantes antigos fecharam ou mudaram de gerência e de ementa, para acompanhar os gostos dos veraneantes.

Edifício número 2 da Rua do Quelhas / Reportagem de Gonçalo Costa Martins

Teresa Martins vive há quase 20 anos na Madragoa e está de saída. Paga uma renda à volta dos 270 euros num contrato de arrendamento que não vai ser renovado, suspeitando que a sua casa vá dar lugar a um alojamento local. Fala desta situação sem mágoa, mas aponta a perda de identidade e bairrismo na Madragoa.



Conta várias razões: “as pessoas que vão falecendo”, os herdeiros que “vendem os prédios”, comprados para “fazer o dito alojamento local” e com a saída dos seus antigos moradores, levando a que venham mais “pessoas que não são de Portugal, são estrangeiros”.


Caminhava para a Assembleia da República, onde trabalha, quando foi abordada pela Antena 1 ao passar pelo antigo palacete amarelo (o tal número 2) que hoje faz parte do Instituto Superior de Economia e Gestão. Teresa não tem memórias da rádio nesse palacete porque, quando veio viver para a Madragoa, já a RDP tinha-se mudado da Rua do Quelhas em 1996 para as Amoreiras.


 

Teresa Martins paga cerca de 270 euros na casa que tem na Madragoa, mas tem os dias contados

Apenas se recorda de vir a um espaço “onde as pessoas vinham lavar a roupa e os tapetes”. Eram antigos tanques comunitários, onde Teresa encontrava vizinhos, mas que já não existem e estão a dar lugar a prédios para instalações escolares e um centro de dia.

Lurdes também se recorda dos tanques, como se fosse um posto para espreitar as celebridades da rádio.

“Enquanto a Emissora Nacional existiu como Emissora Nacional, havia movimento de artistas a entrar, de locutores a sair”, puxa da memória, falando de nomes como os cantores Mara Abrantes e António Calvário, o locutor Igrejas Caeiro e o jornalista Fernando Pessa.


Depois é que se lembra daquele espaço comunitário: “O tanque é em frente à Emissora Nacional”, que tinha “um pátio onde eles vinham para ali fumar e conversar”. 

Rua do Quelhas mais a norte, onde ficava a redação no número 10 e o Museu da Rádio no número 21


O senhor Braga (em Lisboa) que fazia móveis para a rádio

O movimento do bairro não se ficava pela famosa Rua do Quelhas, que tinha estúdios de programas no número 2 e no número 10 espaço para a redação. Abaixo desta artéria, Avelino Ferraz diz que conheceu “muita gente da Emissora”, políticos como Mário Soares, Jaime Gama ou Ferro Rodrigues.

Recorda o prestígio que havia até nesta zona, nas ruas e nos restaurantes, ao falar de uma visita que veio de Coimbra: “Chegou aqui e ficou encantado”.

Avelino Ferraz conhece bem a Madragoa, ou não vivesse na mesma rua onde trabalhou até ao ano passado na Rua das Madres. Esta via parece que está em festa porque as fitas dos Santos Populares continuam penduradas entre os prédios.

Na manhã que a Antena 1 passou nas ruas em redor do Quelhas, muitos foram os turistas que estavam de passagem. Aliás, Tarek e a família estavam mesmo a terminar a sua passagem por Lisboa.

  Avelino Ferraz está atento ao que se passa na Rua das Madres

Quando fui ter com ele enquanto arrumava malas no carro, arrisquei falar português, mas Tarek não entendeu as primeiras palavras e Avelino logo avisou que era francês – ele que estava sentado numa cadeira cinzenta a observar as arrumações, sem perceber a conversa de Tarek com a esposa entre a rua e uma janela do segundo andar.

Depois da breve conversa com o turista – que ia para o Algarve com a esposa e três filhos, mas não sem antes sublinhar que Lisboa tem muitos relevos “altos e baixos” – a Antena 1 senta-se ao lado de Avelino, que rapidamente deixa claro: “A minha alcunha é Braga”, natural de Vila Verde.



Sobre o trabalho que tinha, era dono de uma carpintaria que fechou em 2024, um negócio que recebeu do antigo patrão e para quem trabalhava desenhando peças.




É aí que recorda um dos clientes, a Emissora Nacional: “Eram mesas para dar os programas, e gabinetes também”.

A memória falha em recordar mais pormenores e nomes com que se pudesse ter cruzado, mas o entusiasmo com esta conversa cresce e Avelino vai buscar as chaves para abrir à Antena 1 as portas da oficina. 

A oficina que o senhor Braga recebeu do antigo patrão em 2002

As portas e as janelas podem já ter uma madeira envelhecida e a lascar, mas cá dentro há molhes de madeiras polidas espalhadas por todo o lado, num espaço com várias máquinas adormecidas, um poderoso cheiro a mofo e um sinal ao fundo na sala que avisava para “não fazer lume”.

“Não tinha jeito continuar num sítio destes, no bairro”, comenta, afirmando que não era um problema de ruído, que as máquinas “estavam preparadas para não fazer muito barulho”.

Fazia muitos trabalhos para igrejas e diz até que, se fosse falar de tudo o que fez, “tinha que falar quatro horas pelo menos”.

O desenho do último projeto feito por Avelino

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