“Juro que só pensei: Vou morrer aqui afogada”, continua a contar Conceição, sem conseguir conter as lágrimas. Só via a água a subir. Vive sozinha. Com as estradas todas cortadas, os filhos não conseguiam lá chegar. Teve medo, “muito medo”. Valeu-lhe a vizinha da frente, que “atravessou a rua agarrada ao marido e a um pau, com água pela cintura”, para a ir amparar. Eram 5 horas. Às 10.30, Conceição ainda tinha a cave da casa com água até ao teto. Perdeu tudo o que lá estava: a cozinha, o fogão, as arcas com roupas, o ferro de engomar, a arca frigorífica. Entre os vizinhos, há quem tenha ficado “quase sem nada”.





Fotos: Ana Trocado Marques
“Foram horas muito difíceis! Entre as 3 e as 6.30 horas, era tanta chuva e trovoada que, às 7, eu ainda não tinha conseguido cá chegar. Tivemos a rua da Lage cortada, a EN13 cortada, não havia como passar. Felizmente, os moradores trabalharam em comunidade e ajudaram-se uns aos outros”, contou o vice-presidente da Junta de Freguesia de Modivas, Paulo Costa, que, desde as primeiras horas da manhã, está no terreno a ajudar.
Acesso exclusivo a assinantes
Acesso ilimitado a conteúdos exclusivos
Navegação sem publicidade intrusiva
Versão digital do jornal, suplementos e revistas