Durante as gravações de Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, produção da HBO lançada na quinta-feira (13), Emilio Dantas viveu um episódio que ele próprio descreve como marcante.

O ator interpreta Doca Street, responsável pelo assassinato de Ângela Diniz em Búzios, e afirma ter lidado com uma espécie de “presença” simbólica da vítima após sofrer um acidente logo no início das filmagens.

Dantas conta para Revista Veja que, ao começar as cenas, prendeu o dedo mindinho na porta de um Maverick usado na série. O carro, de época, é descrito por ele como pesado.

“Logo no início das gravações, tranquei o mindinho no Maverick, que é um carro pesadíssimo, de época. Então convivi com uma dor alucinante durante todo o processo”, afirma. O episódio, segundo o ator, carregou um sentido inesperado: “Talvez tenha sido alguma presença da Angela ali”.

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A preparação para interpretar Doca Street partiu de uma pesquisa extensa. Dantas afirma ter buscado documentos, registros em vídeo e entrevistas para reunir material sobre o caso.

“Procurei o máximo de documentos que exista, de entrevistas, filmagens… Tentei juntar o máximo de informação que existia na internet, com a produção, com o pessoal do podcast (Praia dos Ossos) e que, apesar de todo esse embasamento, é pouco”, relata.

Ele complementa dizendo que também revisitou contextos conhecidos ao longo da vida. O ator afirma ter recorrido a lembranças de décadas anteriores para compreender situações de violência que acompanhou no período.

“Revistei os lugares que conheci, da minha vivência, da década de 1980, 90, 2000, de tudo que vi acontecendo de feminicídio”, explicou.

Dantas diz ter buscado uma interpretação ancorada no que se sabe sobre o autor do crime. “Não compus o Doca, tentei seguir o que ele foi realmente, um criminoso”, afirma.

Emílio Dantas na série Ângela Diniz

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A série dramatiza o assassinato de Ângela Diniz e os desdobramentos do caso, que se tornou um marco na discussão pública sobre violência contra mulheres no país.

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O ator relata que atravessou toda a etapa de gravações sentindo a dor provocada pelo acidente inicial. A associação que faz entre o episódio e a história que interpretava surgiu, segundo ele, da intensidade do processo. “Talvez tenha sido alguma presença da Angela ali”, repete, ao narrar o momento ocorrido no set.