“Estamos habituados a ter depressões e frentes frias e quentes no outono”, começou por explicar o professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acrescentando que este fenómenos, “do ponto de vista da fenomenologia”, não são muito novos.

“Estamos habituados. Já tivemos grandes episódios de inundações em outubro e novembro”, continuou e explicou que, desta vez, ” temos uma depressão que ficou muito estacionária no nosso território e a excecionalidade prende-se com o número de episódios extremos – tanto de vento como de precipitação – que ocorreram em toda a extensão do território”.

A somar a isso há ainda “o ar tropical”, transportado de leste para a nossa latitude, e o aquecimento do oceano Atlântico.

“Temos aqui os ingredientes para ter uma intensificação destes fenómenos”, disse Pedro Matos Soares.

São fenómenos locais, “muito estacionário”, o que torna “muito difícil ter uma previsão local”.

O especialista salientou ainda que temos um “risco climático há muito tempo” e o problema é que “nós enquanto sociedade não queremos encarar isso”.