O Fama ao Minuto conversou com Patrícia Reis, autora da primeira série de ficção em áudio da rádio Comercial. “2050 – 25 Anos do Terramoto de Lisboa” é o nome da trama, que conta com um elenco de luxo com nomes como Júlio Isidro, Afonso Pimentel, Gabriela Barros ou Pedro Teixeira.

A história de ficção, produzida em parceira com o o Quake – Museu do Terramoto, é baseada numa distopia em que um repórter entrevista testemunhas de um terramoto ficcionado em Lisboa em 2025.

Patrícia Reis teve a missão de conseguir uma mistura de entretenimento e reflexão sobre catástrofes e resiliência, com um pitada de humor e consciência.

Como surgiu a ideia de escrever esta série de ficção em áudio?

Fui desafiada pela rádio comercial a pensar numa série ficcional que permitisse uma maior consciencialização sobre o fenómeno dos sismos a partir da realidade conhecida de 1755. Eu adoro desafios, não resisti.

Em que se inspirou para criar a história?

Fui visitar o Quake, li uns livros (recomendo muito O Pequeno Livro do Grande Terramoto de Rui Tavares) e comecei a imaginar como seria se tivéssemos um terramoto agora, em 2025. As histórias surgiram como sempre: mal começo a escrever.

Um dos objetivos do projeto era a mistura de entretenimento e reflexão sobre catástrofes e resiliência. De que forma conseguiu fazê-lo no processo criativo?

Creio que a opção de termos um minuto de prevenção no fim de cada episódio permite dar dicas concretas e altamente recomendadas. Foi uma solução. As histórias ficcionadas permitiram abordar temas igualmente importantes em tempos de crise: a solidariedade, a calma, o humor e a importância da prevenção.

Durante esse processo de criação, a Patrícia deu por si a pensar ‘e se de facto existir’ um novo terramoto em Lisboa?

Pensei várias vezes e sei que moro numa zona que será afetada. Tenho um kit de emergência, comida de reserva para a família e animais, medicamentos e, claro, um rádio a pilhas para estar a par das notícias. Recentemente, o apagão mostrou-nos várias vulnerabilidades e falhas, um terramoto será pior.

As radionovelas tiveram grande popularidade em Portugal entre 1950 e 1970, nos dias de hoje com o formato podcast é possível fazer com que as pessoas voltem a interessar-se por este formato?

Existem várias séries de ficção em áudio hoje, em formato podcast, que é a tendência, e são um sucesso. Deixo uma sugestão: ouçam “Case 63”, boa história, excelente sonoplastia (sem isso não se consegue uma boa radionovela) e uma ideia distópica que, como no nosso caso, deixa vários recados.

Como foi escolhido o elenco de “2050 – 25 Anos do Terramoto de Lisboa”?

O mérito da escolha é da nossa produtora, Margarida Gonçalves. Não descansou enquanto não reuniu um elenco de luxo e eu só lhe agradeço o entusiasmo e o apoio. Sem ela e sem o Paulo Castanheiro, o nosso sonoplasta, teria sido tudo mais difícil.

Esta é a primeira série de ficção em áudio da Comercial, ficará na história?

Bom, isso só o tempo pode dizer, não é? Espero que seja divertido para os ouvintes e que eu possa ter mais desafios para escrever mais histórias que são depois interpretadas por atores tão excelentes e generosos.

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