© imagensubliminal (Rocío R. Rivas + Miguel de Guzmán)
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https://www.archdaily.com.br/br/1036030/casa-binome-gon-architects
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Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta casa é o resultado da transformação de um duplex de 80 m2 situado em um edifício de 1900 no bairro de Conde Duque, em Madri. Seu proprietário, Philippe — gestor de investimentos e admirador de arte, literatura e arquitetura — desejava reinventar seu lar sem deixar o bairro onde vivia há anos. O projeto nasce de sua vontade de permanecer no mesmo lugar, mas adequando a habitação a um modo de vida que alterna o convívio social com momentos de introspecção.
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O estado original do apartamento apresentava diversos conflitos: uma compartimentação excessiva que dificultava a fluidez espacial, banheiros impessoais, uma cozinha desarticulada e uma varanda desvinculada do interior. No entanto, o principal problema era a escada existente, um volume monolítico de aço que obstruía a passagem de luz natural e gerava espaços residuais em uma habitação de proporções muito reduzidas.
A intervenção se articula em torno da reformulação do papel da escada na arquitetura doméstica contemporânea. Além de sua função circulatória, a nova escada é concebida como um elemento estrutural, funcional e simbólico, capaz de integrar usos, conectar espaços e transformar a experiência de habitar. Ela é realocada na parede leste da residência, liberando o andar e permitindo uma organização mais coerente e iluminada. Seu design, formado por degraus flutuantes de aço inseridos entre os pilares existentes, a transforma em um híbrido entre escada, móvel e prateleira. Esse gesto redefine a relação entre os dois andares e multiplica as possibilidades de uso: banco, prateleira, canto de leitura ou suporte expositivo.
© imagensubliminal (Rocío R. Rivas + Miguel de Guzmán)
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O uso contínuo de cerâmica, inspirada nas tradicionais tomette francesas, estabelece um sutil diálogo com a origem de Philippe. Este piso, reinterpretado em um formato contemporâneo de grande tamanho, se estende tanto no interior quanto na varanda, diluindo os limites entre dentro e fora. A continuidade material reforça a ideia de um espaço único e fluido, onde os dois níveis são concebidos como uma única entidade doméstica.
Além disso, a incorporação de superfícies espelhadas em banheiros e quartos amplifica a luz natural e gera jogos ópticos que transformam a percepção do espaço, desmaterializando os limites e proporcionando uma sensação de leveza.
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O projeto transforma um obstáculo funcional no coração do projeto. A escada deixa de ser um mero elemento de conexão para se tornar o centro cenográfico da vida cotidiana: um lugar habitável que articula a casa, suas luzes, seus percursos e suas pausas.
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Axonométrica
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Plantas
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