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Num cenário carioca inspirador, entre o verde das colinas e a imponência do Pão de Açúcar, Isabela de Oliveira encontrou seu lar. A designer de estampas, conhecida por traduzir a brasilidade em cores e formas, divide o apartamento com o namorado, o artista Iza Ananse, em um espaço que mistura vivência cotidiana e experimentação constante da arte. “Casa é abraço, minha segurança. Aqui tenho a sensação de estar num casulo”, define.

Isabela de Oliveira compartilha um trajeto inspirador que vai da estamparia a novas expressões na cerâmica e pintura. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
Antes de chegar a esse momento, a artista construiu uma trajetória sólida no design. Começou na carioca Wasabi, onde teve seu primeiro contato com o universo da estamparia, e depois trabalhou por sete anos na Farm, marca reconhecida por suas impressões vibrantes e espírito tropical. “Foi um ciclo muito importante para mim, aprendi demais. Entrei como estagiária, e foi um grande aprendizado sobre processos criativos e identidade visual”, relembra.
Hoje, se dedica ao trabalho autoral e a colaborações pontuais (entre elas, uma recente coleção com a Westwing). Na tranquilidade de seu lar, ela fala com entusiasmo sobre essa fase em que pode experimentar diferentes técnicas e escalas, levando sua linguagem para novos suportes e formatos — da pintura à cerâmica.
Criação em movimento

Isabela de Oliveira pintando parede da sua própria casa. (Andressa Guerra/CLAUDIA)

Isabela de Oliveira é designer brasileira. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
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A história com seu apartamento atual começou em 2019, quando Isabela saiu da casa dos pais, em Jacarepaguá, e iniciou a vida independente. Primeiro dividiu casa com uma amiga — “Foi muito legal observar cada uma trazendo o seu ponto de vista” — e depois viveu três anos em um estúdio de 30 metros quadrados no Largo do Machado.
O encontro com Iza, seu companheiro, marcou uma nova etapa, quando decidiram morar juntos. “A escolha do bairro foi um equilíbrio entre a minha vontade de voltar para a Tijuca e o desejo do Iza de viver em Santa Teresa. Uma amiga me mandou o link deste apartamento e a foto do banner tinha uma supervista do Pão de Açúcar. Achei que era coisa de corretor, que era uma imagem fake.

Em harmonia com o tom Jangadeiro das paredes, o sofá também foi reformado com um tecido na cor — a peça veio de um antiquário na rua do Lavradio. A tapeçaria é da Voador Tecelagem e a poltroninha foi garimpada e revestida com uma estampa feita pela artista. (Andressa Guerra/CLAUDIA)

As obras são de Iza Ananse, namorado, que divide o lar com a moradora. Acima, a placa é de um comércio antigo e foi comprada de segunda mão na loja Archivo. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
Na visita, a gente já começou a ter uma surpresa no caminho, porque fica instalado no meio da floresta”, conta a moradora. A chegada é quase uma cena de filme — o acesso se dá por um pequeno funicular, e os janelões da sala revelam a vista aberta para a cidade.
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A relação de Isabela com a decoração e a construção do lar é pautada pela sensibilidade. “A gente tem uma coisa de respeitar o momento, o tempo da casa. Eu até falo isso com amigas que estão de mudança: ‘Gente, não tenham pressa para decorar sua casa, ela mesma vai se apresentar. Você pode ter seu estilo, mas a casa traz uma proposta’.” Cada escolha carrega um significado: plantas que dão vida, móveis garimpados e objetos com história.

Decoração sensível reflete a história do lar, com móveis garimpados que trazem memórias e significado. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
“Tem o meu sofá, que é meu maior xodó… Ele é lindo e bem antigo. Tem um baú que eu comprei em um antiquário, que estava no meio da rua, é um item rústico e do século 18. São peças que vão permanecer para sempre, vão me acompanhar aonde eu for”, garante. Comprar móveis usados, para Isabela, também é uma forma de repensar os hábitos de compra. “É um jeito de evitar esse consumo desenfreado, sabe? De dar uma nova vida para as coisas.”
Durante muito tempo, as paredes brancas serviram como uma tela em branco para o apartamento. Recentemente, decidiu mudar. O verde pistache agora domina boa parte do espaço, refletindo a natureza que se vê pelas janelas. Nos contornos, as portas em berinjela adicionam profundidade, fazendo contraponto à luz intensa que entra na sala e delimita separações: “É uma ousadia que deu muito certo, foi como dar uma nova personalidade para a casa”.
Pinturas e experimentações

A artista compartilha um trajeto inspirador que vai da estamparia a novas expressões na cerâmica e pintura. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
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Detalhes da casa de Isabela de Oliveira. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
O trabalho artístico de Isabela se expandiu nos últimos anos, com a pintura ocupando um espaço central. Ela passou a criar quadros com flores e elementos naturais, realizando um desejo antigo de alçar suas ilustrações para dimensões maiores. “Eu quero levar isso para a casa das pessoas. Aumentar meu trabalho, tirar dessa escala pequena do papel e crescer para onde for”, explica.
O mesmo impulso a levou à cerâmica. Tudo começou com um vaso inspirado em um rosto, e evoluiu para esculturas que exploram movimento e corpo, como as figuras de dançarinos de voguing. Isabela aprendeu grande parte do processo sozinha, testando e observando a reação da argila, sempre em constante experimentação.

Quarto da casa de Isabela de Oliveira. (Andressa Guerra/CLAUDIA)
Para ela, cada peça é também uma forma de se compreender como artista. Suas referências são múltiplas, mas todas partem do olhar atento ao cotidiano e à natureza. A artista conta que viaja frequentemente em busca de museus, exposições e trabalhos de artistas locais, absorvendo experiências que depois transforma em sua própria linguagem. O que mais gosta de fazer é reinterpretar o que vê e trazer para o seu universo tropical.
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Isabela de Oliveira
“A casa vai se apresentando, não tem pressa para decorar tudo de uma vez”
O apartamento de Isabela e Ananse funciona também como ateliê compartilhado. Entre pincéis, tintas e cerâmicas, eles improvisam o uso do espaço e equilibram a convivência artística. Apesar de a casa ser ampla, o casal já sonha em ter um local ainda maior, onde cada um possa ter seu próprio ateliê.
Entre móveis com história, cores que evoluem com o tempo e objetos que carregam memórias, o lar reflete o percurso criativo de Isabela — um espaço em constante movimento, aberto à experimentação e às pequenas transformações do dia a dia.
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