Um ataque com míssil russo na cidade de Balakliia, no leste da Ucrânia, matou três pessoas e deixou três adolescentes entre os dez feridos, revelaram esta segunda-feira as autoridades regionais de Kharkiv.

O ataque, ocorrido durante a noite, danificou edifícios residenciais de vários andares e destruiu dezenas de carros no centro da cidade, disse Oleh Synehubov, governador da região que faz fronteira com a Rússia, na aplicação Telegram.Balaklia situa-se a 60 quilómetros do ponto mais próximo das zonas de
combate. A cidade tinha uma população de mais de 26 mil habitantes antes
da guerra. 

Uma fotografia fornecida pelas autoridades regionais mostrava a fachada danificada de um edifício de tijolos de vários andares com janelas rebentadas, enquanto chamas consumiam um andar superior e destroços e ramos de árvores partidos estavam espalhados pela área.

Os adolescentes estavam entre os feridos, esclareceu Vitali Karabanov, chefe da administração militar de Balakliia, no Telegram. Nove dos dez feridos necessitaram de ser hospitalizados.

De acordo com Karabanov, as forças armadas russas realizaram dois ataques com mísseis contra o centro da cidade.

Moscovo não comentou o ataque de imediato. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente as declarações de Karabanov.

A Rússia tem lançado ataques regulares com mísseis, drones e artilharia contra Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, destruindo casas e infraestruturas, interrompendo o fornecimento de energia e submetendo os residentes a constantes alertas de ataques aéreos.

Partes da região de Kharkiv, e a cidade de Izyum, a sul, ficaram sem energia elétrica durante a noite na sequência dos ataques russos no final do dia de domingo. Ataque a Odessa deixa 36.500 casas sem energia



Na região de Odessa, no sul da Ucrânia, um ataque russo provocou incêndios em instalações portuárias e de infraestruturas energéticas, informaram esta segunda-feira os serviços de emergência.

O ataque danificou equipamento portuário e várias embarcações civis atracadas nos cais, escreveu o vice-primeiro-ministro, Oleksii Kuleba, no Telegram.

“Um dos portos está sem energia, e os especialistas já estão a trabalhar para restabelecer o fornecimento”, acrescentou.

Já o governador de Odessa, Oleg Kiper,avançou que ataque das forças de Moscovo danificou instalações e vários navios no porto de Odessa.

Tratou-se de um ataque que visou navios, instalações portuárias e centrais de energia em “vários pontos de Odessa”.

O ataque à região deixou 36.500 casas sem energia, informou a empresa privada de energia da Ucrânia, DTEK. Cerca de 32.500 casas permaneciam sem energia na manhã desta segunda-feira.A DTEK reportou danos significativos nas suas instalações após o ataque ocorrido durante a noite, numa publicação no Telegram.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia tem atacado quase diariamente o território ucraniano, com recurso a drones e mísseis. Na sexta-feira, pelo menos seis pessoas morreram num único edifício em Kiev durante um ataque russo.

Com a aproximação do inverno, Moscovo também tem vindo a intensificar os seus bombardeamentos contra as infraestruturas energéticas. Kiev, por sua vez, ataca regularmente depósitos de petróleo, refinarias e outras instalações na Rússia.

Na linha da frente, o exército russo continua a avançar, principalmente na região de Zaporizhzhia (sul), parcialmente ocupada por Moscovo, onde a Rússia afirmou ter capturado mais duas aldeias no domingoRússia destruiu 36 drones ucranianos

As forças de defesa aérea russas destruíram 36 drones ucranianos sobre sete regiões da Rússia durante a noite desta segunda-feira, informou o Ministério da Defesa.

Denis Pushilin, o principal responsável apoiado pela Rússia em Donetsk, disse que um ataque de drones ucranianos às infraestruturas energéticas deixou cerca de 500 mil pessoas sem energia em vários distritos. Os trabalhos para restabelecer o fornecimento de eletricidade continuam, escreveu Pushilin no Telegram.

O governador da região de Ulyanovsk, a leste de Moscovo, disse que um ataque de um drone ucraniano a uma subestação local foi repelido. Não houve vítimas e o fornecimento de energia não foi afetado, escreveu Alexei Russkikh no Telegram.Zelensky em Paris em busca de acordo para defender espaço aéreo

Os presidentes da Ucrânia e de França estão reunidos em Paris esta segunda-feira para discutir as necessidades militares de Kiev e a cooperação entre as indústrias de defesa dos dois países. Volodymyr Zelensky mencionou um “grande acordo em preparação”.



Segundo o Palácio do Eliseu, o objetivo é “colocar a excelência francesa na indústria de armamento ao serviço da defesa da Ucrânia” e “viabilizar a aquisição dos sistemas necessários para combater a agressão russa”.

A presidência francesa mencionou especificamente “a defesa do espaço aéreo ucraniano”, enquanto Volodymyr Zelensky reiterou o seu apelo, feito no sábado, por mais sistemas de defesa aérea, após novos e maciços ataques aéreos russos contra o seu país.

Emmanuel Macron e Volodymyr iniciaram o dia na base aérea militar de Villacoublay, a sudoeste da capital.O presidente ucraniano, que no mês passado assinou uma carta de intenções para adquirir entre 100 a 150 caças Gripen suecos, vai receber o caça francês Rafale e o seu armamento, bem como sistemas de drones e o sistema de defesa aérea de última geração SAMP-T.

Este último tem previsão de entrega a França a partir de 2027 e possui capacidades de interceção de mísseis melhoradas em comparação com o anterior.

“Estamos a trabalhar na entrega de diversos sistemas de defesa aérea, no reforço da nossa força aérea”, anunciou Volodymyr Zelensky num vídeo na sexta-feira, acrescentando que “está a ser preparado um grande acordo com a França”.

“Será finalizado muito rapidamente, tenho a certeza; será histórico”, acrescentou.

No final de outubro, Emmanuel Macron anunciou a entrega “nos próximos dias” de mísseis antiaéreos Aster, disparados pelo sistema SAMP-T, e dois mil caças Mirage adicionais. Kiev já recebeu três das seis aeronaves prometidas“Força Multinacional Ucrânia”Os dois líderes vão participar esta tarde, no Palácio do Eliseu, num “Fórum Franco-Ucraniano sobre Drones”.

Segundo o Palácio do Eliseu, o objetivo é “estabelecer contacto” e “reforçar a cooperação com todas as partes interessadas neste ecossistema, sejam elas industriais ou financeiras”.

Kiev pretende utilizar mais de 4,5 milhões de drones este ano, responsáveis por 70 por cento da destruição de equipamento inimigo nas linhas da frente. O país desenvolveu uma robusta rede de produção para este fim. A Ucrânia também utiliza drones para abater os drones Shahed lançados contra o país todas as noites.

Emmanuel Macron e Volodymyr Zelensky visitarão também Mont Valérien, a oeste de Paris, para conhecer o quartel-general da “Força Multinacional Ucrânia”, que Paris e Londres estão a preparar para ser implantado no âmbito de um acordo de cessar-fogo e das “garantias de segurança” a fornecer a Kiev.

Estabelecida pela “coligação dos dispostos”, que, segundo o Palácio do Eliseu, inclui 35 países, entre os quais a Ucrânia, esta sede “está operacional” e “já” é capaz de “desdobrar uma força no dia seguinte a um cessar-fogo”, afirmam fontes francesas.

Esta coligação de países, principalmente europeus, que apoiam a Ucrânia, reuniu-se pela última vez em Londres, no dia 24 de outubro.As garantias de segurança previstas para a Ucrânia, elaboradas ao longo de meses por esta coligação, incluem o apoio ao exército de Kiev e às suas forças terrestres, marítimas e aéreas. Mas a sua implementação continua condicionada a uma cessação das hostilidades, que é altamente improvável.


Esta nona visita do líder ucraniano a França desde o início da invasão russa em larga escala do seu país, em fevereiro de 2022, ocorre numa altura em que a Ucrânia enfrenta um escândalo de corrupção que levou à demissão de dois ministros e obrigou Volodymyr Zelensky a impor sanções a um dos seus colaboradores mais próximos.


c/ Agencias