Há décadas que unem forças criativas, incluindo a a aparição de Sofia Coppola num anúncio a perfume da marca, numa campanha de 2002, fotografada por Juergen Teller. Com o designer e amigo Marc Jacobs a realizadora colaborou ainda na criação de uma coleção de carteiras, foi imagem da coleção Outono 2015, e deu uma perninha no segmento-irmão unissexo Heaven, de 2020. E acima de tudo, seguramente aparecerão lado a lado em inúmeras fotos que cristalizam a cena da moda da baixa de Nova Iorque durante os anos 80 e 90.

Desconhece-se ainda o que caberá neste novo formato (e que momentos do arquivo serão resgatados), mas esta terça-feira foi confirmado o lançamento do documentário “Marc by Sofia, assinado pela autora de longas-metragens como longas como “Lost in Translation”, “Maria Antonieta” ou “As Virgens Suicidas”.

O título, inspirado na desaparecida linha de difusão do criador norte-americano, Marc by Marc Jacobs, que durou 15 anos até ser descontinuada em 2015, terá a sua estreia no Festival de Cinema de Veneza, no próximo mês de agosto, e surge quase 20 anos depois de “Marc Jacobs & Louis Vuitton”, o documentário de 2007 que revisita a ligação do designer à maison francesa, um consulado que se estendeu entre 1997 e 2013.

Aos 62 anos, na história do criador formado na Parsons cabe, desde logo, o reconhecimento em 1992 enquanto Women’s Designer of the Year. No mesmo ano, um dos momentos mais determinantes na sua carreira. Com a vibe Kurt and Courtney em pano de fundo, e a omnipresença de flanela nos guarda-roupas, a sua infame coleção “grunge” para a Perry Ellis foi bem recebida pela crítica mas ditaria o seu afastamento da marca. Em 1993, Marc oficializaria a Jacobs Duffy Designs Inc., licenciando a sua própria empresa. A sua primeira coleção de menswear em nome próprio chegaria no ano seguinte.

Entre o hedonismo e o vanguardismo, tornou-se viral uma campanha de 2023 da sua Heaven que recuperava lendas da cena noturna de Nova Iorque e talentos emergentes, sentados num longo sofá, com Memphy, Amber Later, Iris Apatow, Mel Ottenberg, Goth Jafar, Anna Sui, Riley Hooker, Gabriette, Dean Kissick e Richie Shazam.

[É sábado. No lobby de um hotel de Albufeira um assassino misterioso espera junto ao bar por um convidado especial: representa a Organização para a Libertação da Palestina. Quando o vê entrar, o terrorista dispara quatro tiros e foge. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o primeiro episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]