A ação, que decorreu na passada quinta-feira, abrangeu Portugal, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Luxemburgo, Holanda, Espanha e Reino Unido. “Levou à referenciação de milhares de URLs que levaram a material online perigoso e ilícito”, afirmou a Europol em comunicado, esta segunda-feira.

O resultado inclui 5408 links para conteúdo jiadista, 1070 para conteúdo violento de extrema-direita e terrorista e 105 ligações para conteúdo racista e xenófobo.

“Esta ação conjunta destaca a complexidade de combater conteúdos terroristas, racistas e xenófobos online em plataformas de jogos e adjacentes a jogos”, acrescentou a Europol, especificando que os processos de criação e disseminação são “em camadas” e geralmente afetam várias plataformas.

Nas semanas que antecederam o dia da ação, os peritos vasculharam várias plataformas amplamente utilizadas por jovens e adultos. “Os utilizadores dessas plataformas de jogos e streaming podem encontrar uma variedade de conteúdo perigoso e violento”, alertou a Europol.

Os investigadores encontraram vários cenários, desde a encenação de ataques terroristas a tiroteios em escolas ou cenas de execução em jogos 3D. “Editam o vídeo com cânticos ou emojis sugestivos e disseminam-no em várias plataformas de media social habitualmente usadas para um alcance ainda mais amplo”, explicou a Europol.

“Outras plataformas relacionadas com jogos destinadas ao streaming são usadas indevidamente para recrutar menores em vários grupos extremistas e terroristas violentos ou para transmitir ao vivo ataques reais e até suicídio”, sublinhou a estrutura com sede em Haia, Países Baixos.

Os conteúdos foram encontrados em vários tipos de plataformas. Alguns permitem que os jogadores transmitam as jogadas em tempo real e interajam com a comunidade via chat ao vivo, enquanto outros hospedam vídeo sob chamada.

Também foi identificado conteúdo ilícito em plataformas comunitárias destinadas a facilitar a troca de dicas, notícias e discussões sobre videojogos.

“Por fim, existem plataformas híbridas ou especializadas que combinam streaming, recursos partilhados e opções de compra de jogos”, referiu a Europol.

Muitas contas nessas plataformas podem não ser imediatamente reconhecíveis como vinculadas a conteúdos problemáticos, enquanto algumas até apresentam nomes de utilizador e fotos de perfil com referências a terroristas.