Divulgação – Dassault Aviation

Em 1967, a Força Aérea Francesa (Armée de l’Air) buscava substituir seus veteranos Beechcraft 18 e Douglas DC-3 por uma aeronave moderna, capaz de realizar treinamentos de navegação e missões de ligação. A resposta da indústria aeronáutica francesa foi o Dassault MD 320 Hirondelle, um projeto ambicioso que prometia ser um forte concorrente do futuro Embraer E110 Bandeirante, que voaria no ano seguinte.

O Hirondelle era um bimotor leve, com capacidade para 8 a 12 passageiros, equipado com dois motores turboélice Turboméca Astazou XIV de 870 hp, a mesma propulsão encontrada no turobélice militar argentino IA 58 Pucará e no helicóptero francês Aérospatiale Gazelle.

No caso do MD 320, as suas asas derivavam do jato executivo Mystère 20, e sua aerodinâmica tinha influência do avião militar Communauté. Apesar de atingir uma velocidade inferior — 270 nós contra os 430 do Mystère 20 — o Hirondelle custava apenas metade do preço.

Seu primeiro voo ocorreu em 11 de setembro de 1968, em Bordeaux-Mérignac, com os pilotos Hervé Leprince-Ringuet e Jean Coureau no comando. O projeto chegou a considerar uma versão com dois motores a jato Snecma Larzac, mas a preferência da Armée de l’Air e do mercado corporativo por jatinhos acabou encerrando o programa. A Dassault optou por concentrar seus esforços no Mystère-Falcon, e o Hirondelle foi arquivado — marcando o fim das aeronaves com hélice na linha da empresa.

Embora tenha voado antes do Bandeirante, o Dassault Hirondelle não chegou à produção em série. O avião brasileiro, por sua vez, decolou pela primeira vez em 1968 e teve amplo sucesso no mercado militar e regional, levando 4 passageiros a mais porém sendo um pouco mais lento nos voos de cruzeiro, e acabou tornando-se uma peça-chave na história da aviação brasileira.